EXPLICANDO AS MUDANÇAS E RESISTÊNCIAS



EXPLICANDO AS MUDANÇAS E RESISTÊNCIAS

Por: Andréia

De modo agradável e verdadeiro, Gusdorf põem em palavras o sentimento de que participam os que conhecem a realidade do ato de ensinar. Excluindo do geral as exceções, o modelo de relações, típico da escola se pauta na superioridade do mestre sobre os alunos, na submissão destes à idiossincrasias daquele e de um tipo de experiência com o conhecimento que comprometia a idéia de que saber e descobrir pode valer a pena. Esse modelo de ensino é assimilado na forma e incorporado às práticas das quais resultam a sociologia do medo, do “cada um por si” e o desprezo pela descoberta. E assim é formada a maioria dos educadores.

Segundo G. Gusdorf:

A criança que pela primeira vez, transpõe o limiar da escola sobe muito bem que esse é um passo decisivo. O discurso educativo do professor situa-se no contexto global de suas relações com a classe, as quais influem tanto na palavra pronunciada, como na acolhida pelos alunos. (GUSDORF, 1987, pág. 28).

De modo agradável e verdadeiro, Gusdorf põem em palavras o sentimento de que participam os que conhecem a realidade do ato de ensinar.

Excluindo do geral as exceções, o modelo de relações, típico da escola se pauta na superioridade do mestre sobre os alunos, na submissão destes à idiossincrasias daquele e de um tipo de experiência com o conhecimento que comprometia a idéiade que saber e descobrir pode valer a pena. Esse modelo de ensino é assimilado na forma e incorporado às práticas das quais resultam a sociologia do medo, do "cada um por si" e o desprezo pela descoberta. E assim é formada a maioria dos educadores.

Essa concepção de ensino largamente difundida e apreciada por muitos, retira do futuro profissional de educação as chances de elaborar e desprender, de suas próprias reflexões, outras alternativas, ao supervalorizar o conhecimento empírico em detrimento da teoria, empobrece o universo de compreensão do educador.

Formado numa perspectiva filosófica tributária da ética autoritária, o professor, especialmente na sociedade brasileira, é presa fácil de uma consciência também autoritária. E esta se constitui numa forma de controle de conduta e da manutenção da ordem muito mais eficaz do que qualquer outro mecanismo de coação externa.

Essas considerações são de suma importância para compreender as atitudes de resistência à mudança. Os efeitos de uma cultura cujos princípios éticos se assentam sobre a concepção de autoridade irracional funcionam como uma espécie de freio, bastante eficaz, as iniciativas de mudança. Pois, atuam diretamente na construção de estruturas psíquicas rígidas e resistentes, que somente se sentem seguras em harmonia enquanto obedientes.

As mudanças em educação não dependem, certamente, apenas as vontades individuais. Elas decorrem e acompanham as movimentações sociais mais amplas que, no caso brasileiro, tendem a promover um amadurecimento em direção à superação da ética autoritária que permeia as relações sociais em nosso país.

Estes processos, contudo, é de responsabilidade de todos. Aos professores cabe a tarefa de tentar romper com velhas crenças, combater o dogmatismo típico das práticas escolares, substituir o autoritarismo por humildade e a disposição à obediência por ousadia.

Humilde para que, coloca-se na condição de constante aprendizagem, possam desfrutar do prazer de crescer. Ousadia para que, rompendo as amarras que inibem a sua própria inteligência e sensibilidade, possa assumir, de fato, o papel de profissionais da educação.

Ao falar de um paradigma na educação: o construtivismo fica claro que o sentido das mudanças, na concepção mais radical que esta palavra possa ter, é o de uma nova qualidade de ensino, proporcionada por uma visão humanista e democrática, desde a relação e abordagem dos conteúdos, passando pelas relações interpessoais, atingindo a esfera da política e social em sentido amplo.

A partir de uma compreensão, certamente, mais rica e completa do ser humano, começa-se a valorizar e incluir para além do sujeito epistêmico, duas outras dimensões da vivencia humana presentes no processo de educação: o da participação na realidade social e a do universo psíquico.

O sujeito que conhece que constrói seu próprio conhecimento n ao opera num vazio social, tampouco, num vazio psíquico. E um individuo que percebe o mundo e conceitua esse mundo, a partir de vivencias sociais concretas que inundam sua mente de símbolos, significados, desejos e fantasias.

As contribuições de teorias construtivistas que enfatizam a dimensão social no processo de aprendizagem como: Vygotsky e Wallon e também daqueles que se aventuram pelo obscuro território dos desejos inconscientes.

Mudar, em educação, não depende apenas de teorias revolucionárias ou da eficácia de novos métodos. Por isso, toda mudança em educação significa, antes de mais nada, mudança de atitude.


Autor: Giovanni Tibaldi


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