EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UMA MODALIDADE DESIGUAL



EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UMA MODALIDADE DESIGUAL

A reportagem publicada pela revista Nova Escola na edição 227 de novembro de 2009 se propõe a explicitar o que são mitos e verdades na educação a distância. Assim, é essencial que nos perguntemos: quais as possibilidades que essa matéria oferta para a construção dos sentidos acerca dessa nova modalidade? Na tentativa de (re)pensarmos os pontos discutidos, designo abaixo parte do texto dessa revista e como ele se constrói.

Na pagina 52 onde se inicia a reportagem podemos ver um microcomputador portátil (notebook) onde está escrito em sua tela a seguinte pergunta: VALE A PENA ENTRAR NESSA? Seguido de um pequeno texto em fontes menores onde fala da porcentagem de crescimento dos alunos nessa modalidade no país desde 2000, revelando também que muitas pessoas se mostram desconfiadas em relação aos cursos de pedagogia ou licenciatura. Assim a revista se oferece a revelar o que é mito e verdade na área, indicando que os leitores sigam as próximas páginas através de um menu, onde atendeu as seguintes questões: pré requisitos para a matrícula, qualidade pedagógica, rotina do aluno, estrutura do corpo docente, perspectiva para o formado. Atender a cada item não é nosso objetivo e sim pensar sobre a pergunta principal.

EAD E SUAS IMPLICAÇÕES

Para Garcia (1995), Educação a Distância (EAD) é um sistema tecnológico de comunicação bidirecional, que substitui o contato pessoal professor/aluno, como meio preferencial de ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e pelo apoio de uma organização e tutoria, que possibilitam a aprendizagem independente e flexível dos alunos.

A princípio nos pautamos na pergunta que é feita pela revista e levamos em consideração que qualquer ambiente que possa ofertar possibilidades para a construção do conhecimento se torna um espaço tentador. Porém nossa compreensão vai além da mera questão "entrar ou não entrar", mas sim como sair de cursos dessa natureza. Logo acredito que a pergunta mais plausível seria: VOCÊ ESTÁ REALMENTE APTO AO SAIR DELA? Devemos levar em consideração as vantagens e desvantagens no ingresso de um curso dessa categoria, pois sabemos que hoje as faculdades presencias não são uma garantia de autônima intelectual, como as faculdades a distância não são uma garantia de tranquilidade. Na opinião de Petri (1996), a EAD deve ser compreendida como uma modalidade de se fazer educação pela democratização do conhecimento, onde o conhecimento deve estar disponível a quem se dispuser a conhecê-lo, independente do lugar, do tempo e de engessadas estruturas formais de ensino.

Informamos aqui alguns dados levantados pela revista, onde a matéria mostra que das 13 áreas em que houve um confronto entre estudantes de faculdades presenciais e a distância, os alunos de EAD se saíram melhor em 07 (Enade/2006). Outro fator interessante que também é um dado da matéria é onde se fala que os alunos de ensino a distancia estão entre os mais procurados em alguns países da Europa por uma serie de fatores. Porém é perceptível que ainda há preconceito para os profissionais dessa área, desse modo notamos que no país as novas modalidades de ensino são maquiadas por uma sombra que tenta esconder a face do preconceito. Na opinião de Landim (1997), a EAD é a modalidade de ensino-aprendizagem mais apropriada para reduzir as distâncias e os isolamentos geográficos, psicossociais, econômicos e culturais, caracterizando uma nova revolução na democratização do conhecimento.

Acreditando que entre as diversas dificuldades ainda apresentadas por essa nova modalidade é algo que pode dá certo, uma vez que haja por parte dos órgãos responsáveis um real interesse em elevar o nível dos estudantes, pois vemos aqui o ensino a distância como um fio de fibra que pode construir ou desconstruir de acordo o modo que é usado.

Assim pensando no que seria uma formação completa para os alunos do curso superior, refletimos sobre a identidade adotada por eles dentro e fora das universidades. Logo pensamos que entrar não é o foco da questão, mas, como você sai dela. Uma vez que entendemos que a identidade transforma-se em uma questão quando há uma ruptura repentina, após um desmembramento da estabilidade.

Compreendendo que os cursos a distancia se constituem há muitos anos, seria retroceder nosso pensamento se formos radicais ao ponto de defender a ideia que essa categoria de ensino não pode ser eficaz. Acreditamos que essa modalidade precisa ser melhorada, mas que é uma forte candidata para a aquisição intelectual. Porém acreditamos que ainda falta muito para que o ensino a distancia possa configura-se dentro da sociedade apenas como uma alternativa para as pessoas que se encontram sem tempo de frequentar uma faculdade presencial. Logo é um ledo engano quem usa essa modalidade como uma válvula de escape que pode ofertar um certificado.


Autor: Robson Silva


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