UM BREVE OLHAR SOBRE A ARTE BARROCA



A pesar da origem italiana foi na Espanha que o barroco conquistou maior expressividade, o estilo barroco retrata a instabilidade pós-renascentista e demonstra a angústia do homem demarcado entre a efemeridade do mundo material e a incerteza do mundo espiritual.

Deste modo entendemos que a arte barroca configura-se pela dualidade, possuindo como principal característica o contraste, o barroco é, portanto, a arte dos opostos. Para entendermos um pouco mais vejamos como se caracteriza a linguagem desse movimento.

A linguagem barroca é marcada pelo excessivo enfeite; nela ressalta a desarmonia, o desequilíbrio, a obscuridade, o que resulta em um estilo completamente exagerado, cheio de figuras de linguagem, para esclarecer melhor elencamos abaixo as principais figuras de linguagem mais usadas e seus conceitos.

Antíteses e paradoxos Antítese é a oposição simples de idéias; Paradoxo é um contra senso, um absurdo.

Ex: (...) incêndio em mares de água disfarçado

Rio de neve em fogo convertido    

                                                
(Gregório de matos)

Essas divergências ocorrem geralmente a partir de alguns conflitos como: céu x inferno, razão x fé, desejo x castidade

Metáforas e comparações - Tropo que consiste na transferência de uma palavra para um âmbito semântico que não é o do objeto que ela designa, e que se fundamenta numa relação de semelhança subentendida entre o sentido próprio e o figurado; translação.Comparação é oAto ou efeito de comparar; confrontação, confronto

Ex: As palavras são estrelas, os sermões são a composição (...)

(Padre Antonio vieira)

Hipérbato – a ordem das palavras é empregada inversamente dentro de uma sentença. Em geral o verbo antecede o sujeito.

Ex: A casa velha é.

Ordem direta (A casa é velha)

Além das figuras de linguagem os escritores barrocos faziam uso de frases interrogativas, pra demonstrar a as incertezas que os aplacava.

Essa forma de escrever reflete a angústia e a incerteza de um período que era marcado pela ignorância e superstições que afligia o ser humano.

Uma vez retratada a linguagem trataremos agora sobre os estilos que eram usados na arte barroca, podemos destacar dois tipos como: Cultismo ou Gongorismo e Conceptismo ou Quevedismo, porém, esporadicamente vemos um texto que faz uso exclusivo de um desses estilos, principalmente o cultista. Vejamos agora as distinções entre os estilos.

Cultismo ou Gongorismo – constitui-se pelo jogo de palavras - trocadilhos - , comparações -, metáforas e hipérboles; um estilo que aproxima-se da descrição.

Conceptismo ou Quevedismo – configura-se pela valorização do conteúdo pelo jogo de ideias, do raciocínio lógico, esse estilo ocorre principalmente na prosa; apresenta um ponto de vista sobre determinado assunto, aproxima-se da dissertação.

O centro dos temas da arte barroca ainda se faz presente, já que tampouco a ciência e a religião deram respostas definitivas às questões que perseguem a sociedade: quem somos, para onde iremos? Deste modo o barroco foi um movimento altamente dividido, cheio de anseios e duvidas, vivendo na instabilidade de pensamentos distintos, traduzidos na expressão ambígua da arte.

REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, Clenir Bellizi. Literatura sem segredos. Vol. I, Escala Educacional. São Paulo. 1ª edição, 2007


Autor: Robson Silva


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