Escritor & Editora



               Este artigo segue o propósito básico de aliar, alertar e prevenir os escritores quanto aos “acidentes de percurso” frente a suas parcerias editoriais, vale como aviso principalmente aos iniciantes.

               O ato de escrever com qualidade não acontece do dia para a noite, exige trabalho, perseverança e muita dedicação. E se o escritor não valorizar o que ele faz e aceitar uma parceria que também age da mesma forma, ou semelhante, um estilo “capenga”, melhor esquecer a arte de escrever.

                Todo escritor (a), salvo raras exceções, quando inicia o seu projeto de publicar o seu primeiro livro, abre a perspectiva feliz em relação a uma editora profissional quanto ao tratamento mínimo esperado; isso se refere principalmente a “consideração”.

                E nesse seu óbvio entusiasmo, o autor (a) geralmente falha na atenção necessária frente aos cuidados requeridos. Assim pode facilmente virar freguês de constrangimentos desnecessários, que nem sequer imaginava existirem no relacionamento profissional editora & escritor.

                A relação editora & escritor deve possuir um interesse comum: leitores satisfeitos! E nada melhor que uma relação transparente, de confiança e de flexibilidade entre todos os envolvidos. Nada diferente do que precisamos em uma empresa séria ou numa família feliz.

                Aos colegas escritores posso argumentar que as boas editoras devem ser reconhecidas por vocês, devem ser divulgadas e recomendadas! O contrário é também válido, por uma questão de melhorarmos a qualidade do mercado editorial brasileiro.

                As editoras incoerentes, que fluem com perspectivas ilusórias, falsas em relação ao que argumentam e realizam, devem ser desmascaradas. Escritores já “batizados” devem divulgar as editoras as quais não recomendam!

               Por exemplo, algumas oferecem a perspectiva “garantida” de comercialização em grandes livrarias físicas do país, e o que se nota no decorrer do processo de edição é uma sutil mudança, trazendo a realidade mais para o chão, tipo “vendas exclusivas” no site da própria editora, além de alguns outros pontos de vendas virtuais. Nada de errado quanto a isso, mas vale aquele ditado: “quem rouba o ovo, acaba roubando a galinha”. Evite falsas promessas. Antes valer da sincera e certa realização, do que da ilusão, a decepção e a consequente frustração.

               Algumas editoras ainda brincam ou desconhecem a necessidade de uma parceria séria em relação a seus escritores e ao mercado. Talvez, após algum conforto de estabilização financeira, as custas de bons livros (escritores), começam a "esnobar" caprichos.

               Assim focam excessivamente o lucro momentâneo (delas, é claro) acima de qualquer outro interesse a médio e a longo prazo que, neste caso, contraria os interesses de um bom escritor, que passa facilmente a ser “explorado” pela conveniência da editora.

                Há muito amadorismo disfarçado por aí, ingenuidade (talvez estratégica), que soa mais como um oportunismo que jamais deveria existir numa relação comercial entre editora e escritores. Quem pensa que, ao lidar com fabricantes de livros estará livre da ignorância, está plenamente enganado.

                Imagine você sendo um escritor que, após custear uma revisão gramatical, observando todo o cuidado necessário em relação a possíveis erros ortográficos e de digitação, ao colocar o seu material nas mãos da editora, você passa a encontrar erros grotescos.

               E a incoerência pode prosseguir com erros de digitação se repetindo em vários momentos do livro. Na verdade o escritor começa a perceber que o seu parceiro comercial passa a ser o seu maior “inimigo”!

               Você escrevendo corretamente e a revisão da própria editora fazendo o contrário. Uma disputa absurda e desgastante. Sem falar nas mudanças estruturais dos textos que, sem o gabarito técnico adequado, a editora mete o bedelho e acaba comprometendo a íntegra do conteúdo das ideias do autor!

                A princípio a editora se garante em contrato que, se você deixar de honrar seus compromissos você sumariamente estará perdido, eles não entregam os livros acordados, terão fórum privilegiado na própria cidade frente a qualquer demanda judicial de sua parte etc.

               Cuidado nestes pontos sutis, se você notar muita “defesa contratual” por parte da editora e pouca favorável a você, pode ter certeza que isso não está lá por acaso. Onde tem fumaça...

              Se você, por exemplo, mora no Rio Grande do Norte, e desconfia que esteja sendo lesado em seus direitos autorais por uma editora contratada em São Paulo, esqueça o provável prejuízo, na maioria das vezes fica mais caro o “molho” do que o “peixe” para qualquer ação judicial que valha a pena, isso fora o desgaste emocional gerado pelo estresse.

              Outro problema: quando você faz toda a sua parte e até melhor do que a editora esperava, eles ainda se sentem no direito de atrasarem e de faltarem com a comunicação adequada.

              Então ser escritor parece ter duas labutas: a primeira é a de escrever e criar um livro que valha a pena ler, e a segunda é a de se prevenir e se defender de editoras incoerentes.

              Um bom escritor não deve desistir frente a tais decepções em suas primeiras experiências editoriais. O ideal é se precaver, começando a compartilhar informações.

             Recomendo, antes de estabelecer qualquer contrato editorial, que o escritor procure conversar com outros escritores já em exercício sobre o tratamento oferecido pela editora em questão.

              Não tenha medo de investigar e comparar os contratos propostos de várias editoras. E quanto ao pagamento honesto aos direitos autorais, não abra mão da confiança necessária.

              Fique atento a editoras onde o próprio editor não é dado a leituras! O tipo de editora que, pagando publica qualquer coisa, desvaloriza o papel do livro, tratando-o como se bastasse a capa do livro para que este se torne interessante aos leitores. Você quer ser autor de um livro onde só se valoriza a capa?

            BOA SORTE!


Autor: Alexandre Arrenius Elias


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