Massa Falida



         Em algum momento você já deve ter lido ou ouvido frases como esta: “grandes pessoas discutem ideias, médias pessoas discutem acontecimentos e pequenas pessoas discutem pessoas”. Muita gente ainda não sabe a diferença entre uma e outra.

         Vamos explorar mais a tal conclusão, pergunte a si mesmo: onde estão as pessoas que discutem ideias? Como elas são, do que elas gostam, o que elas buscam? O que as tornam assim?

        As pessoas dispostas a dialogar ideias, aquelas questionadoras, podem ser as quais pareçam, ou até mesmo são, as mais “isoladas” do grupo, as mais silenciosas e reflexivas com elas mesmas, geralmente elas pertencem ao grupo da minoria social que filtra mais e reflete melhor os contextos aos quais se relacionam com a maioria das demais pessoas em seu cotidiano.

        Neste grupo seleto de raras pessoas encontramos aqueles que percebem e compreendem mais e melhor a realidade, independente de sua situação econômica, pois a compreensão não se limita a questões financeiras, mas depende da responsabilidade frente a evolução de sua própria consciência.

        Assim os mais esclarecidos tornam-se melhores idealistas, se tornam pessoas mais acertadas em suas escolhas pela vida, seja profissionalmente ou em seus relacionamentos interpessoais e familiares.

        As pessoas chamadas de médias e pequenas são aquelas que encontramos aos bandos. Chamamos de “Massa Falida” os grupos de média e de baixa consciência. Essas pessoas se limitam a obedecer e a seguir a maioria sem pensar. A realidade desse submundo mental restringe-se também a seguir o que a mídia promove com base no entretenimento. A alienação social configura-se sustentando o entretenimento como sendo algo mais importante que a educação de um país. 

        A consciência desse enorme grupo massificado de pessoas, vive da preocupação exagerada com as futilidades do cotidiano, tipo: futebol, novela, olimpíadas, religião, praia, carnaval, cerveja, bar, praça, baralho, churrasco etc. São pessoas que geralmente se fazem de vítima das circunstâncias e que são freguesas dos políticos, dos descasos e da mediocridade cultural. É o majoritário time de conformados seres humanos que renunciam sua capacidade cerebral, optam pela visão obtusa do mais conveniente e mais fácil da realidade, uma espécie de vício mental da curtição do mundo estático.

        A Massa Falida é caracterizada pela ausência de poder pessoal em seus indivíduos, pela falta de definições próprias e melhores de identidade, de ideais, de convicções ou crenças saudáveis, de autoconfiança, opiniões claras, decisões sábias e firmes. O pior é que tais pessoas não se percebem assim para mudarem o contexto, e ainda se sentem um "sucesso", mesmo sem saber definir o que é dignidade.

         A Massa Falida vive manipulada o suficiente para as impressões necessárias para com o seu contexto de sobrevivência – sabem “como falar” ao mesmo tempo em que não conseguem dizer nada. Atraem o autoengano, a promiscuidade, a falsidade, a corrupção em suas diversas modalidades.

         Realmente não existe o acaso, as coincidências não existem quando assistimos a falência de uma sociedade, ela não acontece de uma hora para outra, ela é obra de anos onde muitas pessoas são omissas de suas próprias consciências.

         Observe atentamente o que a maioria das pessoas valoriza e o que elas estimulam aí no seu atual contexto. Aqui vai: as pessoas procuram ideias transformadoras da realidade trazidas por bons livros, escolas, ciência, profissões, filmes, peças de teatro, ou a preocupação máxima é aquela de sempre com o mínimo trabalho possível, com a final no futebol, com a loira gelada, ou o próximo episódio da novela? Não é tão complicado encontrar a Massa Falida, o complicado é escapar dela.

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Autor: Alexandre Arrenius Elias


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