Espírito de Equipe



                Não sei onde você está agora, se no exército, no açougue, no escritório, na polícia, em casa, na loja de pneus, numa pequena, média ou grande empresa, não importa. Na verdade, de uma forma ou de outra, você está se relacionando com um ou mais grupos de pessoas. Raras vezes não há objetivos comuns entre vocês que tenham que, realmente ser compartilhados!

               E compartilhar é algo que transcende o senso comum da cultura de muitos povos na atualidade, e o Brasil não é a exceção. Então precisamos de instruções, de reeducação e coordenação contínua, para que todos compreendam essa necessidade invisível e vital entre todos e para com todos. Por exemplo, imagine se numa Equipe de policiais, não há confiança mútua entre eles? Como é que contarei com o melhor desempenho (envolvimento, comprometimento) de meu “parceiro”, na hora que mais posso precisar dele? Aí a criminalidade faz a festa...

                Quando se trata de fundir objetivos comuns, trata-se de saber interpretar a importância do consenso sincero numa Equipe, seja entre duas, três, dez ou mil pessoas. O importante é que todos falem “a mesma língua”.

                E isso não é tão simples como muitos pensam, o tipo: eu mando e pronto! Numa empresa, por exemplo, a cultura interna, quando não segue uma coordenação competente, o que a Diretoria pensa e tem por objetivo, raramente chegará até a outra extremidade da hierarquia. Isso é um péssimo sinal no ambiente, isso cria incoerência entre o que se fala e o que se faz . Cria-se facilmente especulações (fofocas) e não fatos a serem considerados e trabalhados em comum.

                E por que se chama Espírito de Equipe?

                Porque se trata do invisível, podemos chamar de “detalhe espiritual” que, poucas pessoas conseguem perceber e aplicar em dia-a-dia com a devida relevância. É o caráter subjetivo da realidade, ele tem tudo a ver com o que se passa no interior das pessoas que compartilham a mesma realidade, os mesmos objetivos, metas, contextos, etc.

                A racionalidade, a imposição do Espírito de Equipe, é mera conversa furada, conversa para boi dormir. Não existe o fato de se obrigar alguém a interagir produtivamente com as outras pessoas. O que existe é reeducação perceptiva, ensiná-la a enxergar, se convencer livremente que isso traz benefícios para ela mesma, para toda a Equipe, que isso trará harmonia e produtividade nos resultados...

                Agora, se esta pessoa não quiser se tornar capaz, não se der ao “luxo” de assumir-se com mais humildade, sinceridade e transparência frente a realidade que compartilha com os seus pares e semelhantes, é melhor dispensá-la. Exatamente isso: retirá-la do grupo o mais rápido possível!

                Pessoas arrogantes, cheias de prepotência, são “isoladas” interiormente das demais pessoas. E o pior é que elas ensinam, indiretamente, isso para as demais! Gera-se, facilmente, um clima de desagregação silencioso, de falsidade e hipocrisia, onde as aparências, as fachadas, se dão melhor do que a sinceridade e a própria realidade em comum. Gera-se individualismo e desconfiança entre as pessoas, que é o oposto do necessário: o objetivo comum!

                Espírito de Equipe não é só vestir a mesma camisa, é também calçar o mesmo sapato! É ter empatia um com o outro, para saber, simplesmente, onde pode e deve ajudar, sem precisar de solicitações ou até implorações... Há ambientes corporativos que, se não houver requisições, ninguém ajuda ninguém!

               Espírito de Equipe envolve sinergia, espontaneidade, sincronia interior entre os envolvidos. Exige sinceridade, compaixão, lealdade, ou seja, realmente se trata de algo espiritual que deve ser formalizado do interior para o exterior de cada participante da Equipe para o contexto que juntos interagem.

               Um ambiente deve ser participativo, deve ser acolhedor para idéias, discordâncias e diálogos honestos. O Espírito de Equipe não é um fim em si mesmo, mas um meio de se buscar a excelência nos resultados, nos objetivos em comum. Um desafio proclamado por muitos e ainda, realizado por poucos.


Autor: Alexandre Arrenius Elias


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