Desabafo fútil



São coisas fúteis... minha ideologia transviada..é exacerbado concluir que por impertinência e escassez de respostas, duvido dos meus olhos e o que eles vêem são seres inertes, constituídos de podres poderes e homogeneidade entre massa encefálica e restos viscerais de porcos. Por que questiono, se vazias são minhas descobertas? Freud não explicaria. Deus não compreenderia. Dentro de mim formou-se, sem permissão, uma linha de pensamento muito forte, entretanto desconheço sua origem. A crosta ideológica que me envolve, ao mesmo tempo me assusta, destrói e consola, lembro-me de assemelhá-la a um anjo mórbido e profano, que por sua divindade emite luz e distribui indulgências, sua confiabilidade transcende o hipotético devaneio (a olhos nus e cegos); ao mesmo tempo sua essência enegrece, torna-se frio transparecendo sua cólera e blasfêmia (a olhos profundos e lúcidos). Esta contradição estupra minhas convicções, entretanto por ser única me faz disposto a aceitá-la. Não sou um poeta de um mundo fantástico ou o crítico de uma sociedade dominada. Apenas grito. Ora abominando a misericórdia, ora perdoando a blasfêmia. Estamos sob o prisma de demônios que servem a um ser maior, criticam imperfeições sociais cometendo-as, criticam um sistema fétido do qual são amantes, são veículos que transportam ao abismo uma sociedade que pensa por si só. Apesar das incertezas e bases imprescindíveis, sinto-me no dever de respeitar o que sou. Esta corrente ideológica anti-social me come por dentro e ao mesmo tempo que me faz ter vontade de gritar para o mundo, me diz em voz alta que sou impotente e louco. São fracas mentes que nos rodeiam presas a cotidianos inúteis e fadadas à morte por falta de vida. São coisas fúteis. Mas intrigantes.


Autor: Jesiel SOARES-SILVA


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