Consumo, logo existo



Certo dia me deparei com o seguinte e-mail: “Experimente a vida...você já parou para pensar no quanto a gente deixa de aproveitá-la? “.

Confesso que até fiquei interessada pela sedutora proposta, quando me dei conta que se tratava de uma propaganda de viagem para Fernando de Noronha. No entanto, refletindo sobre o acontecido constatei algo um tanto quanto perturbador:

“Que o objetivo natural do homem é ser feliz e viver em busca do prazer, e essa busca incessante tornou-se o principal objetivo do ser humano”.

Mesmo um pouco espantada, percebi que também faço parte dessa pós-modernidade e me senti quase uma hedonista.

Essa busca constante pelo prazer pode ser claramente percebida através dos veículos midiáticos, na TV com programas como “Big Brother Brasil” e no cinema com filmes como “Click”, com o ator Adam Sandler.

E o mais espantoso é que uma das características mais presente deste hedonismo pós-moderno é que ele procura satisfazer sua sede de prazer através do consumo. Essa é a lei do homem pós-moderno. O consumo tornou-se uma nova religião, onde os shoppings e as vitrines são as igrejas.

Percebi também algo muito curioso, que até o silêncio foi banido do mundo pós-moderno, pois pro indivíduo hedonista, o silêncio tornou-se sinônimo de tédio, e então preenche esse vazio com os novos recursos da tecnologia: mp3, iphone, celular, jogos, internet,e sempre está se entretendo de alguma forma, e Isso, por sua vez, faz com que o  indivíduo não tenha tempo para refletir sobre as coisas e sua vida vai se tornando superficial e material, baseada apenas no consumo.

A sociedade pós-moderna é mediada pelas falsas necessidades e o estilo é mais importante que o produto. Como já disse Baudrillard, “já não consumimos coisas, mas somente signos”. Vivemos no niilismo de comprar significados menores que preencham o nosso grande vazio temporariamente.

Hoje, tudo em nossa vida está relacionada ao consumo: família, lazer, educação, casamento, viagem e etc. Esse consumismo passa a moldar as relações do indivíduo no pós-modernismo.

Estilos e modos de vida são diretamente ligados ao consumo, e isso ocorre através do intenso incentivo da publicidade que promete ao indivíduo ser quem ele quiser através do consumo.

Portanto, o ritmo de consumo na pós-modernidade não está mais focado nas necessidades básicas como era na modernidade, e sim nos valore agregados ao produto.

 


Autor: Kelly Aparecida de Andrade Silva


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