EU SOU A PORTA – Geraldo Barboza de Carvalho



EU SOU A PORTA – Geraldo Barboza de Carvalho

 A porta é símbolo, emblema do sacerdócio existencial de Jesus e dos contemplativos. Ela é ao mesmo tempo limite e passagem, obstáculo e acesso. Limite, quando está fechada, separando espaços e lugares, impedindo passagem, sem alguém para abri-la. É passagem, quando está aberta e liga lugares e espaços entre si, ensejando livre acesso. Há pessoas que são portas e abridores de portas. Outras são pontes e fazedoras de pontes – pontífices – geradoras de comunicação; outras são muros, que impedem passagem, tolhem liberdades. Jesus é o maior libertador da humanidade, porque vence todos os limites entre o homem e Deus, entre o homem e o homem, o homem e a natureza, entre o bem e o mal. Por isso, é o

Pontífice teândrico do universo: ao mesmo tempo Deus e homem, faz a ligação perfeita entre a santidade, o ambiente de Deus – o céu e o céu dos céus – e o espaço da fragilidade, ambiente das criaturas – o céu e a terra, o mundo das coisas invisíveis e das visíveis. Neste sentido, Jesus é mais que a Ponte ligando as criaturas à Trindade, ligando a terra e o céu ao céu dos céus, onde mora Deus Trino: Ele é a Porta sempre aberta à Ponte que leva à Casa da Família trinitária. Antes da encarnação do Unigênito não havia porta e ponte para o céu: um abismo separava as criaturas do Criador: o abismo da ira de Deus que pairava sobre a criação pecadora. Encarnando-se, o Verbo reabriu a porta do céu e lançou a primeira pista da Ponte, fechada pela deslealdade de Adão e Eva com o Criador, passou para nosso lado, fazendo-se humano como nós, criatura em meio às criaturas. Depois de viver por 33 anos como nós, experimentar a fragilidade humana, abriu a segunda pista da Ponte do caminho que leva à Casa da Família Trinitária, mediante seu sacrifício expiatório, sua morte de cruz e ressurreição restauradora da criação. Agora temos um sumo Pontífice à direita do Pai, a nos garantir acesso à casa do Pai, pela fé, sem necessidade de sacrifícios de animais. A fé nos abre a Porta e a Ponte que levam à Casa do Pai, nosso endereço na vida eterna. Pela fé sabemos onde está a Porta, a Ponte e o Caminho de ida para e volta da Casa do Pai: Jesus, o homem de Nazaré. "Eu sou o caminho, ninguém vai ao Pai senão ser por mim. Eu sou a porta das ovelhas. Quem entra por mim será salvo; poderá entrar, sair, encontrar pastagem: Comereis o que há de melhor, o vosso paladar se deliciará com o que há de mais saboroso. Todos que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes; mas as ovelhas não os ouviram. Quem não entra pela porta no redil das ovelhas, mas por outro lugar, é ladrão e assaltante; o que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A ele o porteiro (Pai) abre: as ovelhas ouvem sua voz, ele as chama uma por uma e as conduz pra fora. Tendo feito sair todas as ovelhas que são suas, caminha à frente delas e elas o seguem, pois conhecem a sua voz. Elas não seguirão um estranho, mas fugirão dele, porque não conhecem a voz do estranho. O ladrão vem só para roubar, matar e destruir. Eu vim para que (minhas ovelhas) tenham vida e a tenham em abundância", em segurança no redil do bom Pastor, a Morada de Deus. "Já não somos mais peregrinos ou forasteiros, mas concidadãos dos santos, membros da Família de Deus, com direito a nos assentar nos céus com Cristo Jesus" Jo 10,1-10; Is 55,2. A Casa do Pai dá segurança às ovelhas, mas ele não as impede de ir e vir, sair e entrar. Jesus "não roga ao Pai que tire suas ovelhas do mundo, mas que as guarde do Maligno" Jo 17,15. O bom Pastor não protege suas ovelhas prendendo-as, mas deixando-as viver a liberdade dos filhos/filhas de Deus, confiantes no poder da sua graça, pela fé. "Sei em quem pus minha esperança; quem me libertou é fiel: se Jesus me libertou, sou verdadeiramente livre". O redil do bom pastor não é uma prisão, mas o espaço da liberdade. Por isso, ele abre a porta do redil e conduz as ovelhas pra fora, para correrem os perigos inerentes à liberdade. Jesus não quer escravos servilmente obedientes e imunes aos perigos da vida. Jesus nos libertou do moralismo farisaico castrador da liberdade. Ele prefere o filho pródigo, que ousa correr os riscos da liberdade, mesmo cometendo muitos erros, ao filho mais velho, obediente à lei, mas sempre fazendo a vontade de outrem, sem pôr à prova sua liberdade. Ora, não há liberdade verdadeira sem risco: estreita é a porta da liberdade dos filhos de Deus. "Estreita é a porta, apertado o caminho que conduz à Vida. E poucos são os que o encontram. Entrai pela porta estreita, porque largo e espaçoso é o caminho que leva à perdição. Muitos são os que entram por ele" Mt 7,13-14. Vale a pena passar pela porta estreita dos riscos da vida, pra conquistar a liberdade das ubérrimas pastagens, do lauto banquete da vida, preparado pelo bom Pastor: "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância". Trata-se da vida eterna, que não acaba, coetânea da eternidade de Deus Trino, manifestada em Jesus Cristo. "Quando chegou a plenitude do tempo Deus enviou seu Filho em carne de pecado semelhante à nossa, para nos remir da maldição do pecado e agraciar com a adoção filial. O Verbo se faz carne e habita entre nós. Ele era a luz verdadeira que ilumina todo homem que vem ao mundo. A vida era a luz dos homens" Jo 1,4.9; Gl 4,4. Vida divina, eterna, que anima cada Pessoa da SS Trindade, e que Jesus dá a quem a deseja, mediante a fé. A vida a nós comunicada pela fé faz-nos partícipes da natureza divina de Jesus, agindo no mundo desde que ele assume e ressuscita a condição humana, enxerta-nos no seu Corpo místico, nos faz irmãos seus e filhos adotivos do seu e nosso Pai, com direito às prerrogativas do Primogênito, pela fé. O dom gratuito da vida e a filiação divina são a prova inconteste do amor do Pai por nós. "Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Quem crê nele tem a vida eterna. A vida eterna é esta: que eles te conheçam e aquele que enviaste. Quem se recusa a crer no Filho não verá a vida. Pelo contrário, a ira de Deus permanece sobre ele. Ele revela seu amor por nós pelo fato Jesus ter morrido de por nós quando ainda éramos pecadores. Nisto se manifesta o amor de Deus por nós: Ele enviou seu Filho único ao mundo para que vivamos por Ele. Minha presente vida na carne, eu a vivo pela fé no Filho de Deus que me amou e se entregou por mim. Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim" Jo 3,16. 36; Rm 5,8; Jo 4,9; Gl 2,20. Pela enxertia no seu Corpo, assumida e vivida pela fé, Jesus nos comunica a vida que recebeu do Pai, formando uma simbiose tão íntima e indissolúvel comigo, que se torna nossa vida. Embora não seja o sujeito das minhas ações, pois, mesmo enxertado nele e vivendo por ele, preservo intacta a identidade e liberdade, o Espírito de santidade Jesus inspira, sem condicionar ou determinar, minhas decisões e escolhas livres pelo Reino. "Nossa capacidade vem de Deus. Ele mesmo opera em nós o querer e o operar segundo sua licença. Em nome de Cristo, exercemos a função de embaixadores: Deus mesmo vos exorta por nosso intermédio. Quem crê em mim (livremente assume a vida divina presente em mim, em virtude da enxertia mística no meu Corpo), faz as obras que eu faço, pois vou pra o Pai (fonte da vida que vos dou). E o que lhe pedirdes no Nome do Filho, o farei, pra que o Pai seja glorificado nele" 2 Cor 3,5; 5,20; Fl 2,13; Jo 14,12-13.

  Desde que o Filho Único se deu a conhecer em Jesus, começou a era da liberdade para a humanidade. Deus trino criou o homem e a mulher livre, mas inacabados, com capacidade que deveriam realizar e instrumentos capazes de fazerem valer essas qualidades: liberdade de escolha e vontade. Por isto, desde a criação o ser humano está em evolução, processo de educativo. O processo de crescimento do ser humano entrou em crise quando do pecado

original: Quiseram trilhar caminho diferente do esboçado na genética criacional, impressos na natureza humana como sinalizadores do caminho a seguir até a meta. O Criador dotou os animais irracionais de uma força natural chamada instinto que os impele infalivelmente ao alvo de suas ações. Mas, dotou o ser humano de uma potência de ação mais apurada, a liberdade, porém indefinida quanto ao alvo da ação, para dar espaço à livre escolha. Mas, a escolha livre do ser humano não é no escuro, mas iluminada pela razão, que é a capacidade de avaliar os motivos de escolha, e guiado pelos valores, as marcas da SS Trindade no ser humano, impressas no seu DNA, no coração e mente desde a criação. Mas, em vez de usar a liberdade com bom senso e sabedoria, homem e mulher se deixaram seduzir pela loucura da liberdade equivocada, vontade caprichosa e caíram no impasse do pecado. O processo educativo gerador da história dos feitos humanos positivos tornou-se processo gerador da história das tragédias e desgraças humanas. A liberdade sem juízo o induziu a caminhar de costas para o referencial de suas decisões, isto é, suas qualidades naturais. Suas decisões se tornaram equivocadas e geradoras de morte. O remédio é passar pela porta estreita, ritual de iniciação à liberdade que nos educa no jeito de viver oposto ao jeito fácil da porta larga. Jesus diz que suas ovelhas passam pela porta estreita e se reúnem no seu redil. As que não

passam por esta porta não são suas ovelhas. A porta estreita são as provações do processo da iniciação à conquista da liberdade. Liberdade que o mundo não dá, pois nos ilude com a passagem falsa da porta larga da liberdade sem limites. É preciso conhecer a verdade que é Jesus, pra encontrarmos a liberdade verdadeira. "Eu sou a verdade. Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". Eis a grande porta aberta pra liberdade: Jesus Cristo, a morada definitiva, o novo templo de Deus entre nós, cujas portas estão abertas noite e dia, pois sua luz é o Cordeiro, "imolado e de pé desde a fundação mundo", que não dorme nem cochila, trabalha sempre com o Pai, porque está dia e noite de plantão vigiando seu rebanho 1Pd 1, 19-20; Ap 22,23; Jo 5,17; Sl 120 (121),4. Vigilância compartilhada com Pedro, os Doze e todo pessoa de fé. Vigilância que é cuidado com o rebanho de Jesus. Ele dá a Pedro, pedra na fé, a seus sucessores e a todos os irmãos, pedras vivas pela fé, o pastoreio das ovelhas e as chaves do redil. As chaves representam o poder dado a quem crê. Como a Porta é Jesus, ter as chaves do Reino significa saber discernir se as ovelhas vivem segundo os valores éticos da fé em Jesus Cristo, que determinam o jeito próprio de viver, cujo paradigma é o amor fraterno e a partilha, cujo horizonte é o Paraíso. As ovelhas vivem e praticam lugares teologais que dão dignidade ao ser humano que são do Reino, mesmo sem saberem. Cabe aos pastores trazê-las para segurança do redil do bom Pastor, como ele dirá no Juízo final às ovelhas que estiverem à sua direita: "Vinde, benditos do meu Pai, recebei por herança o Reino, desde a fundação do mundo pra vós preparado. Pois eu tive fome e me destes de comer ...." Mt 25,14-15. A partilha, a solidariedade é valor teologal. Quem a pratica já está no Reino, é ovelha do redil de Jesus, mesmo não o sabendo. Jesus apenas as convida para entrar no Reino que delas já é "desde a fundação do mundo". Os que vivem os valores do Reino não precisam temer os poderes das potências infernais, pois o poder das chaves, a fé vivida segundo os lugares teologais, lhes garante vitória já antes de o mundo existir. Poder não só de Pedro, mas da comunidade de fé inteira, que pauta sua conduta pelos valores do Reino; por isso já estão no Reino desde agora, mediante a fé em Jesus. A fé de Pedro e das ovelhas de Jesus libera a entrada na Família trinitária. O acesso ao Reino auto-presente em Jesus, "o autor e realizador da nossa fé", é livre aos que têm fé, que se manifesta nas boas obras: acolhimento, misericórdia, justiça, partilha, solidariedade, fraternidade, perdão, paz. A liberdade dada pela fé é expressa pela passagem irrestritamente franqueada pelas portas sempre abertas do novo Templo da Cidade Santa, a nova Jerusalém descida do céu: "Suas portas nunca se fecharão de dia, pois ali já não haverá noite" Ap 21,25. O Cordeiro de pé (ressurreto) e imolado é o novo Templo de Javé. Como "o guarda de Israel não dorme nem cochila", o Templo terá sempre as portas abertas pra aqueles que partilham a vigilância da SS Trindade, mediante a fé praticada. Jesus Cristo é a porta e o Pai é o porteiro do redil, sempre de atalaia, abrindo a porta do novo Templo pra quem nele deseja entrar mediante a fé. Todo que tenciona entrar na Casa do Pai terá de passar pela porta estreita da fé que é Jesus, o Cordeiro imolado e de pé, Primeiro, Último a transpor os umbrais da porta estreita da paixão e morte, que, depois da ressurreição de Jesus dos mortos, se tornou a única porta de acesso à Casa do Pai, aberta dia e noite. Pela fé tornamo-nos pedras vivas, moradores e portas abertas da nova Casa do Pai, sempre vigilantes, despertos como a Porta, nosso sumo Sacerdote, eternamente de vigília junto ao Porteiro da Casa Pai, a interceder pelas ovelhas, que vivem no mundo os perigos, o privilégio da liberdade dos filhos de Deus. Na parábola das dez virgens, o rei abre a porta às cinco virgens prudentes que providenciaram óleo (fé) pra noite, e a fecha às cinco insensatas (sem fé) que não providenciaram óleo para iluminar o tálamo nupcial, onde consumariam a aliança de amor com o divino Noivo. O Noivo está sempre a bater à porta da noiva, esperando que ela abra a porta pra o conúbio eterno. O Noivo está apaixonado pela noiva, que enlanguesce pelo amado. Figura do amor teândrico  de Salomão e Salomé: "Eu dormia, mas meu coração velava e ouvi meu amado que batia: abre, minha irmã, minha amada, pomba minha sem defeito. Meus cabelos gotejam sereno, tenho a cabeça orvalhada. Meu amado põe a mão pela fenda da porta: estremecem-me as entranhas, ouvindo-o, minha alma se esvai. Ponho-me de pé pra abrir a meu amado. Meus dedos são mirra escorrendo na maçaneta da fechadura, minhas mãos gotejam mirra. Já vim ao meu jardim, irmã minha, noiva minha, colhi minha mirra, meu bálsamo, comi meu favo de mel, bebi meu vinho, meu leite. Como és bela, minha amada, como és bela! Teu cabelo, rebanho de cabras, ondulando pelas colinas de Galaad. Que beleza são tuas faces entre os brincos, teu pescoço com colares. Teu pescoço é a torre de Davi, construída com defesas. São pombas teus olhos escondidos sob o véu. Teus dentes, um rebanho tosquiado, subindo após o banho, cada ovelha com seus gêmeos, nenhuma delas sem cria. Teus lábios são fita vermelha, tua fala, melodiosa; metades de romã, teus seios mergulhados sob o véu. Eles são dois filhotes gêmeos de gazela, pastando entre açucenas. Antes que se vão as sombras e sopre a brisa, vou ao monte da mirra, à colina do incenso roubar essências silvestres para perfumar teu gracioso corpo. Roubaste meu coração, minha irmã, noiva minha, roubaste meu coração com um só dos teus olhares, uma volta dos teus colares. Irmã minha, minha noiva, que belos teus amores; são mais fino que os outros aromas, melhores que o vinho, o odor dos teus perfumes. Teus lábios são favo escorrendo, noiva minha, tens leite e mel sob a língua, e o perfume de tuas roupas é como a fragrância do Líbano. Desperta, vento norte, aproxima-te, vento sul, soprai no meu jardim para espalhar os perfumes da minha amada. Entre meu amado no seu jardim, coma de seus frutos saborosos. Com beijos de sua boca, beije-me! Teus amores são melhores que o vinho, o odor dos teus perfumes é suave, teu nome é como óleo escorrendo e as donzelas se enamoram de ti. Corramos, arrasta-me contigo! Celebremos teus amores mais que o vinho. Guarda-me como sinete sobre teu coração, sobre teu braço. Porque o amor é forte como a morte e inflexível como o abismo, o ciúme: suas chamas são chamas do fogo divino. Águas torrenciais não puderam apagar o amor nem rios afogá-lo. Se alguém oferecesse todas as riquezas da sua casa para comprar o amor, o tratariam com total desprezo"Ct 1-8. Sim, o amor é mais forte que a morte, pois sobrevive a ela. Nada pode mais que o amor, que abre as portas da morte pra de lá arrancar o Senhor da vida. Só tem valor o que é feito com e por amor, e é sem valor tudo que é feito sem amor. Damos tudo pelo amor, a mais preciosa pérola. Tudo damos e nada paga o real preço do amor. Com amor, tudo tem valor eterno. Sem ele, nada vale. Se eu falasse as línguas dos homens e as dos anjos, mas não tivesse amor, seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine. Se eu tivesse o dom da profecia, conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se tivesse toda fé, a ponto de remover montanhas, mas não tivesse amor, nada seria. Se gastasse todos meus bens no sustento dos pobres, até me entregasse como escravo, pra me gloriar, mas não tivesse amor, de nada me serviria. Paciente é o amor; ele não é presunçoso nem se incha de orgulho; é benfazejo; não é invejoso, não é interesseiro, não se encoleriza, não leva em conta o mal sofrido; nada faz de vergonhoso, não se alegra com a injustiça, mas fica alegre com a verdade. O amor desculpa tudo, espera tudo, tudo crê, suporta tudo. Ele nunca acabará. As profecias acabarão, as línguas cerrarão, acabará a ciência. Pois, nosso conhecimento é limitado, assim como o nosso profetizar. Mas, quando vier o que é perfeito, o imperfeito sumirá. Quando eu era criança, pensava, raciocinava, falava como criança. Quando me tornei adulto, rejeitei o que é próprio de criança. Agora vemos num espelho, confusamente; mas, então, veremos face a face. Conheço apenas em parte, agora, mas, então, conhecerei por inteiro, como sou conhecido. Agora, permanecem as três: a fé, a esperança, o amor. A maior delas é o amor" 1 Cor 13. "Deus é amor, a fonte do amor. Todo que ama está em Deus e Deus nele". O amor verdadeiro é doação irrestrita de si, como Jesus, que amou-nos tanto que se humilhou e deixou-se trucidar por nós até a morte. A prova maior do seu amor é a ressurreição. Mas, chegou à ressurreição passando porta estreita da encarnação e da cruz. Por isso ele é o único caminho pra o Pai. "Ninguém vai ao Pai senão por mim". Jesus nos tira da segurança da casa, nos põe no caminho das provações, dos conflitos, da cruz, o único que leva à conquista da liberdade dos filhos de Deus pela fé. A fé é o processo de educação pra liberdade. O mundo exibe-nos a liberdade pela porta larga do menor esforço, do prazer fácil, sem disciplina, controle, fazendo pouco, fugindo dos obstáculos a vencer, embaindo-nos com a falsa pedagogia da liberdade sem juízo. Passar pela porta estreita das provações é passar pela iniciação à liberdade, ao jeito de viver oposto à pedagogia da acomodação preguiçosa, da porta larga, do menor esforço. As ovelhas de Jesus passam pela estreita porta da vida ética, dos lugares teologais básicos: direito, justiça, respeito às diferença individuais, plena liberdade de escolha, solidariedade, compaixão, amor fraterno. As ovelhas que não passam pela porta estreita da ética não são de Jesus, são agentes de Satanás. Estas seguem Jesus, mesmo sem o conhecerem e com ele se tornarão membros da Família Trinitária. O bom Pastor espera-nos à porta da nossa casa, a casa dos filhos de Deus. "Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo. Todos que tendes sede vinde à água, vós que não tendes dinheiro, vinde, comprai e come de graça vinho e leite. Ouvi-me com toda tenção e comei o que é bom; com manjares revigorantes haveis de vos deleitar. Escutai-me e vinde a mim, ouvi-me e haveis de viver. Porque o ser humano não vive só de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus". Sobretudo da Palavra feita alimento dos que trilham o Caminho que é Jesus, caminho da cruz e da glória Ap 5,20; Is 55,1-3.


Autor: Geraldo Barboza de Carvalho


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