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É incrível como o sucesso de um produto ou empresa, podem ter associação direta a um personagem. Quem é que não se lembra do garoto propaganda das Casas Bahia? Fabiano Augusto que invadia os lares brasileiros conquistava simpatia e antipatia ao mesmo tempo. O polêmico slogan: “quer pagar quanto?”, alvo inclusive de um consumidor oportunista que acionou na época o código de defesa do consumidor levando mais de 6 mil reais da loja em mercadoria e pagando o preço que quis, ainda não saiu das nossas cabeças.

Como Fabiano, Carlos Moreno, o garoto Bombril, foi amado por uns e odiado por muitos durante vários anos. O sucesso se deu pelo fato da campanha representar algo totalmente novo na época. Os comerciais eram bem diferentes, uma fórmula até então inédita. O rapaz desajeitado, tímido e fora dos padrões de beleza convencionados pela mídia falando de produtos de limpeza era uma aposta bem audaciosa no final da década de 70. A criação se deu para o lançamento dos novos produtos que deveriam ser associados à consagrada marca. Até então não existiam as “Assolans”.

Os mais de 300 comerciais diferentes na Tv e mais de uma centena de campanhas nos impressos fizeram com que a Bombril conquistasse espaço internacional ocupando um lugar no Guiness Book, o livro dos recordes. O sucesso era tanto que as pessoas compravam a marca pelo produto, ou seja, ninguém pedia lã de aço e sim Bombril. Porém problemas judiciais fizeram com que a empresa chegasse ao fundo poço. Diretor preso, fornecedores sem receber, falta de dinheiro para honrar compromissos trabalhistas e ações judiciais. Quando tudo indicava o fim, eis que acontece o ressurgimento.

Como? Os consumidores ignoraram a crise vivida pela companhia. Não souberam ou não se importaram com isso. Esse fato mostra que o brasileiro realmente tem “memória curta”, ou a marca estava acima de tudo isso. Num passado mais recente vimos diretores da Nova Skin presos por motivos semelhantes e mais uma vez a marca saiu imune. Foi até engraçado: o telejornal mostrando executivos sendo presos e em seguida a Ivete Sangalo, magestosa, cantando o Jingle da cerveja. Voltando ao Bombril, o “garoto” voltou há algum tempo e continua no ar. Gravou para Folha de S. Paulo, Intelig e... voltou, na verdade “ele é a cara da Bombril”. A mídia que menciona os “fenômenos”, leia-se Assolan, como passageiros, diz que Bombril não passa e é inigualável como Pelé, Chaplin e Nelson Ned. Não tenho dúvida, mas a Assolan também continua aí.


Autor: Reginaldo Rodrigues


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