Cozinha Da Tia Cyrinha



É lugar comum dizermos que não podemos ser bons em tudo o que fazemos (ou que tentamos fazer).

Ela é um modelo de tia, quase uma mãe.

Pensando bem... Ela enquanto tia é melhor do que muitas mães.

Um exemplo de educadora, alfabetizadora de adultos.

Uma excelente administradora.

Uma amiga confiável, leal e sincera.

Mas...

Infelizmente...

Uma péssima cozinheira! Um completo desastre na cozinha!

São palavras suas que, se porventura alguma vez acertou na confecção de determinado prato, foi mero acidente.

São palavras de suas sobrinhas, que se determinada comida está boa, deve ser devorada avidamente, pois não será repetida jamais, com a mesma qualidade.

Soube que o seu "desacerto" com a cozinha é quase genético, já que a mãe jamais a estimulou a aprender a cozinhar.

Na adolescência, tentou fazer um bolo.

Foi pedindo instruções à irmã e, a certa altura, a irmã lhe disse que colocasse dois ovos "inteiros". A ênfase na palavra "inteiros" foi tanta que ela não teve dúvidas: colocou-os inteiros mesmo, sem se dar ao trabalho de tirar as cascas!

Perguntada, ela afirmou que lavou os ovos antes de joga-los, com casca e tudo, na mistura do bolo.

Anos mais tarde, solicitaram que picasse um frango.

Ela não teve dúvidas: recorreu até mesmo à caixa de ferramentas para "triturar" os ossos da infeliz ave a qual, uma vez preparada, ficou com todos os seus "restos mortais" virtualmente irreconhecíveis: as asas, as coxas, o peito e até mesmo as costas ficaram tão semelhantes entre si, tão triturados, que o conceito de "frango à passarinho" precisaria ser reformulado para conceituar o produto final ali apresentado.

Durante o processo de "esquartejamento" do frango, o ruído produzido chamou a atenção da vizinha, que adentrou a cozinha, muito preocupada em que estivesse acontecendo alguma coisa anormal na casa.

Ela é a única pessoa que conheço que é capaz de errar ao tentar preparar macarrão.

Esta antiga e famosa iguaria, inventada na China, levada para a Península Itálica por Marco Pólo e incrementada pelo molho de um fruto americano, é tão fácil de ser cozida que eu mesmo preparava macarrão desde os 7 ou 8 anos de idade.

Poderíamos tentar argumentar, mais uma vez, que é uma questão genética, já que ela não é "oriundi" mas, pelo que bem me lembro, na terra de seus ancestrais há até mesmo doces (deliciosos) preparados com macarrão.

Talvez seja uma questão de preferência, já que ela adora saladas. Como sabemos, as verduras, via de regra, são apenas lavadas, não preparadas.

Neste momento, lembro-me de uma ex-aluna da faculdade, que sempre afirmava que o que realmente diferencia o homem das demais espécies animais é a culinária. O ser humano é o único animal que prepara os alimentos, que os tempera, cozinha e se esmera na apresentação dos mesmos.

Posso garantir que ela é um ser humano, e da melhor qualidade.

Mas, como cozinheira...


Autor: Luiz Carlos Cappellano


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