Tecnologias na Educação: Uma parceria na construção do conhecimento



A Educação Brasileira desde o seu início, com os (jesuítas) foi organizada para a não formação integral do indivíduo, mas para disseminar as idéias das classes dominantes/governantes, para monopolizar não só o capital, mas as mentes humanas, escravizando os indivíduos não só pela força física, mas pela alienação, lavagem cerebral. Contudo, a evolução não pode ser contida, os avanços tecnológicos começaram a se expandir no mundo todo, os indivíduos começaram a buscar cada vez mais conhecimentos, a fim de entender e atuar cada vez melhor no seu meio social. Neste contexto de mudanças, os países que destinavam mais investimentos na busca de novos conhecimento, na educação, tornaram-se desenvolvidos, dominantes, capazes de comandar, de mandar naqueles cuja a ascendência acontecia de forma desordenada, sem base sólida de sustentação. Então, ficou claro que quanto melhor a Educação, mais evolução social e financeira.

Finalmente, após centenas de anos de submissão e escravidão às grandes potências da Economia Mundial, o Brasil, país subdesenvolvido economicamente, mas detentor de grandes fontes de riquezas, começou a perceber que é urgente investir mais na qualidade do Ensino-aprendizagem para garantir sua existência e comandar seus avanços, tendo em vista que a passos largos as tecnologias começaram a tomar conta de tudo, mas ao contrário, a educação brasileira continuava a passos lentos, com resistências, desânimos e pouco conhecimento sobre a utilização dessas tecnologias a serviço de novas buscas e grandes descobertas.

O meio escolar está sendo igualmente "invadido" pelas tecnologias e de forma crescente os alunos sabem cada vez mais sobre suas utilizações, e de como é impossível ignorá-las. A saída para uma parceria na Construção do Conhecimento Escolar é deixar de vê-las como "coisas estranhas" e começar a usá-las em benefício da prática pedagógica.

Os recursos atuais da tecnologia, os novos meios digitais: a multimídia, a Internet, a informática, trazem novas formas de ler, de escrever, e portanto, de pensar e agir. O simples uso de um editor de textos mostra como alguém pode registrar seu pensamento de forma distinta daquela do texto manuscrito, no editor de textos os erros são o princípio dos acertos, são apagados sem marcas, sem constrangimentos, o fazer e o refazer é mais prazeroso, levando a novas formas de ler, escrever e interpretar.

É preciso integrar de forma significativa todas as tecnologias à Educação, sejam as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, musicais, lúdicas e corporais. Isso será um salto qualitativo do processo de ensino e aprendizagem, pois tudo isso faz parte direta ou indiretamente do universo dos nossos alunos. Mas para integrá-las, é preciso compreender as características inerentes às duas áreas (Educação e Tecnologia) e as práticas pedagógicas nas quais essa integração se concretizará. Para isso, é imprescindível investimentos, formação continuada para os professores e planejamento adequado.

Agora para que os profissionais da educação atuem nesta perspectiva, primeiramente precisam sentir vontade de continuar sendo um Ser Aprendiz, aquele que busca novos conhecimentos a todo tempo. Em seguida, é fundamental que estes invistam em sua formação, dediquem tempo para a compreensão e utilização das TIC's (Tecnologias da Informação e Comunicação). Assim, com envolvimento, certamente as tecnologias permearão os planejamentos de forma adequada e não apenas justaposta na construção do conhecimento e desenvolvimento da aprendizagem escolar.

Como afirma Bacega, M. A (1997, p. 25): "A tecnologia chegou para ficar. No campo da educação, o desafio maior é a busca da incorporação dessa tecnologia na dimensão sócio-cultural, de tal modo que se equilibrem dois pólos tão distantes entre si: o cidadão do mundo e o homem degredado em seu meio, impossibilitado não de ver reconhecidos seus direitos, mas de saber que tem direitos. O cidadão da globalização aquele que emerge do conhecimento pleno, e o homem aviltado, aquele que não come, não lê, não tem condições mínimas de usufruir os benefícios do mundo."

Nesta perspectiva resistir a essa competência comunicativa é alimentar a manutenção de sujeitos alienados, é contribuir para a disseminação de alunos indisciplinados, insatisfeitos com a tortura de um ensino onde não podem atuar e construir seus próprios conceitos, onde são obrigados a permanecerem sentados e calados por 4 horas seguidas. E de acordo com o que afirma Paulo Freire (Freire, 1996, pg. 25): "Ensino não é a transferência do conhecimento, mas a criação das possibilidades para a sua produção ou para sua construção".

As palavras chaves para essa construção eficaz do conhecimento usando as novas tecnologias são: Iniciativa, Inovação e Criatividade.

A efetivação da integração das mídias no meio escolar requer também apoio e contribuições das instituições (Escolas) e Secretarias da Educação, tendo em vista que um dos maiores desafios é a superlotação das salas de aula do Ensino Básico e a falta de estrutura física de alguns estabelecimentos de Ensino, o que dificulta a qualidade da Prática Pedagógica, eleva a indisciplina, pois, como afirma Maria Cândida (1997 p.119) "(...) uma das metas educacionais é levar o indivíduo a manejar e produzir conhecimentos, a desenvolver valores e atitudes que permitam a adaptação às mudanças e às novas exigências do mercado de trabalho, como desafio fundamental que decide a possibilidade e a qualidade de sua participação no mundo atual."

Aprender fazendo sob a orientação do Educador num espaço adequado, integrando as mais variadas mídias ao processo de construção do Ensino e aprendizagem é o que revelará a Qualidade no Atendimento da Educação Brasileira. Muitos educadores sonham com essas possibilidades e começam a mostrar resultados através de projetos de integração de Mídias nas Escolas, Outros estão sendo contagiados. Se somarmos esforços e cada um fizer a sua parte, em breve estaremos se não, no mesmo patamar de desenvolvimento, mas em um nível semelhante ao dos países desenvolvidos.

Sites Consultados

http://pt.wikipedia.org/wiki/Telem%C3%A1tica

http://www.youtube.com/watch?v=P2HvaAjOQjs

http://www.abed.org.br/congresso2008/tc/520200854639PM.pdf

Bibliografia

MORAES, Maria Cândida. O paradigma educacional emergente. Campinas: Papirus, 1997. pp. 199-238.

BACEGGA, M. A. Educação e tecnologia: diminuindo as distâncias. In: KUPSTAS, M. (Org.) Comunicação em debate. São Paulo: Moderna, 1997.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia - Saberes Necessários à Prática Educativa Editora Paz e Terra. Coleção Saberes. 1996 36ª Edição

Maria de Fátima de Lima das Chagas

Professora da Rede Municipal de Ensino de Mossoró RN

Especialista em Psicopedagogia

e-mail: [email protected]


Autor: Fátima Lima


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