Carolina - A 'baiana' De Paquetá



Não é do adjetivo, mas sim do substantivo, que nós queremos falar ... Não é de uma “baiana” porque nasceu na Bahia e sim de uma “baiana” porque exerce a profissão de “baiana”, vendendo guloseimas e quitutes característicos dessa atividade, como  cuscuz, acarajé, bolo de aipim, cocadas, pés-de-moleque, espigas de milho, etc ...

E nós a qualificamos como “ A baiana de Paquetá ” porque só existe uma em toda a nossa Ilha.

O seu nome é “Carolina” e ela sempre arma o seu tabuleiro no mesmo lugar:  na esquina da rua principal ( a Furquim Werneck ) com a Praia Grossa: bem debaixo da luminária de um poste da Ligth que existe ali ...

A “baiana” daqui é igual à de todos os outros lugares:  roupa branca com muitos rendados, saia bem rodada, um turbante na cabeça, um bracelete de latão, brincos e muitos colares coloridos, com contas, figas e patuás, além do já tradicional raminho de arruda preso na orelha ...

Sentada, ela fica por traz do tabuleiro, quase ao rés do chão, num banquinho de madeira parecido com aqueles em que se sentam também os “guias” e os “orixás” nos terreiros de macumba, onde a indumentária é a mesma;  e os seus quitutes nos fazem pensar também nas guloseimas que habitualmente são oferecidas ali como “comida para os santos”, das quais as mais populares são o bolo-de-milho, o manjar  e o popular bolinho de tapioca, que é assado num pequeno fogareiro de carvão que fica no chão, ao lado do tabuleiro ...

Todas as “baianas” são iguais e elas representam um dos aspectos brasileiros dos mais tradicionais ...

Autor: Marcelo Cardoso


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