CAMINHANDO



               C A M I N H A N D O
                                 
            Passos lentos, andar incessante, interior indagador, amontoo de questionamentos, buscas de resoluções, conviveres analisados, saídas buscantes, estradas... estradas... caminhos pela frente, trilhar em agonia, caminhos ou trilhos nos atalhos da vida? CAMINHANDO vai o pensador, o idealista, o analista, o descobridor, o trabalhador até o vadio, o ansioso, o extravagante, o viciado, o vaidoso! CAMINHANDO encontramos o preguiçoso ocioso; o desamparado desesperado; o faminto pedinte indigente; a criança abandonada dos lares caídos; os traídos conjugais; a falência desvinculada dos entes familiares; a rivalidade das massas humanas; a queda do íntimo e pessoal; a conduta do racionalismo à decadência do racismo; o aclamo como solicitude do desencontrado; a vivência da aparência do status; o desempregado saturado pelas áreas do trabalho; a fome quando restos de alimentos jogados se espalham pelos lixos; o ignorante inculto pela ausência da escolaridade; a devassidão do natural à mobilização para a preservação; o homicida dos antros negativos da perseguição; a abundância para muitos ao nada para os míseros; o vegetativo sem o programar de um amanhã; as pestes contaminadoras como extermínio dos seres vivos... CAMINHANDO pelos caminhos, outrora num pretérito historiado pelos registros, como utilidade dos aprendizes do presente à evolução como desenvolvimento, da tecnologia geral de toda humanidade que se estende; dos avanços às descobertas pela criatividade como capacitação pessoal; do surgimento como inovações ao consumismo; da posse prejudicial do oportunismo; muitos passantes para pouco ficantes na essência dos sadios relacionamentos. Vive-se CAMINHANDO, sinônimo de buscas pelos encontros aos desencontros da comunicabilidade, vivência, vida, acalanto, alma, companheirismo, dignidade, ação, pontos em comum; sofre-se, vagueia, ilustram o pouco do belo existente, poucas luzes, poucas mãos unidas; ínfimo calor como energia da reciprocidade; ocultos benfeitores omitem os seus valores. Se perde pelo caminho, surgem somente atalhos do CAMINHANDO, trilhos minúsculos dos sensíveis da alma, poucos descrevem espaços floridos, o cheiro da flor, a magnitude do céu pintado por estrelas em belas noites de luar; do cantar do pássaro livre com a leveza do seu voo entre leve plumagem de coloridas penas; das correntezas das águas, do oceano entre os mares; verdejantes bosques junto das variadas espécies comungadas; olham-se os montes entre colinas, vales primaveris, montanhas escaladas pela imaginação; da aurora na promessa do aquecimento da escaldante luminosidade da estrela sol; vem o crepúsculo no abraço da noite silenciosa, convite para o refazimento, reflexão, sonho, ilusão, desejos... Por mais e mais caminhos vem à alma, o etéreo, o sentimento, envolvimento, conscientização, a própria existência da igualdade mesmo ao extremo dos rótulos críticos dos imperfeitos, injustos; vêm os poucos compreendidos, menos integrados na valorização como fator de progresso. Na medida sofrida das pedras do caminho, não mais CAMINHANDO, pouco retribuído, recua-se para si mesmo o pobre analista do seu próprio caminho, ele dorme caído, recolhido nas entranças do mundo sem caminho. 



DIVERSO  UNIVERSO  DE CRÔNICAS
Autor do texto: RODOLFO GASPARI -ROGAS-
                                                 

Autor: Rodolfo Gaspari


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