SALVANDO OS ANIMAIS



SALVANDO OS ANIMAIS

 

 

          Aconteceu no mês de fevereiro. Sim, fevereiro. Fevereiro de l997. Época de  chuva. Época de chuva, de rio cheio, de piracema. Os animais estão  todos  cheios, todos   fartos. Comida e água pra todo lado. Mas, apesar da fartura, os animais também têm seus  problemas. Problemas criados pelo homem.

 

          Pois bem! De repente o homem resolveu construir uma usina hidroelétrica, mesmo já tendo muitas delas no país. Resolveram fazer mais esta uma. Esta uma que fica no Estado de Goiás.

 

          Tudo pronto, a obra começou a subir. A barragem tomava rumo. O rio foi desviado para dar melhor andamento na obra. Pronto! Os serviços de drenagem começaram e  o rio aos poucos começou a voltar ao leito normal. Com a barragem, a água  começou  a  fazer um grande lago. Foi convocada a polícia, o pessoal do Ibama, o corpo de bombeiros  para recolherem os animais silvestres e colocá-los em lugar seguro a fim de que não morressem afogados.

 

          O trabalho começou lento e progressivo. De vez em quando um  tatuzinho aqui, um veadinho acolá. Todos eram recolhidos e colocados em caixotes e sacos para que eles  não saltassem na água.

 

          A tarefa era árdua e dificultosa. Trabalhar com animais domésticos já  é difícil, imaginem com animais selvagens, mas a luta continuava.

 

          O lago subia e o barco do corpo de bombeiros percorria as  novas margens a  procura de animais. Os que sobem em árvores, procuravam os pontos  mais altos. Se não  aparecesse ninguém para pegá-los, morreriam. Por isso no topo das árvores foram  encontrados muitos animais como jaguatiricas, preguiças, macacos, cobras e outros. Os que  não sabem subir em árvores, nadam um pouco e se não forem  socorridos, acabam  morrendo, pois se cansam logo. Com isto recolhe-se muitos tatus, veados, lebres e outros.

 

          No topo de uma árvore encontraram uma jibóia enorme. Estava enrolada nos galhos e não estava fácil retirá-la de lá. Foi preciso ganchos, vários homens e força bruta  para  arrancá-la de lá.

 

           Terminado o serviço, logo a seguir encontraram outra cobrinha. Uma cascavelzinha de mais de um metro de tamanho. Com esta a situação era um pouco   diferente. É  um  bicho mortal. Uma picada da cobra e a pessoa pode ir  visitar São Pedro   mais  cedo. Como havia pessoa especializada no grupo, a captura parecia ser  mais   fácil. No  barco  havia 7 soldados do corpo de bombeiros e um zootecnista responsável pela  captura  dos  animais. Um bombeiro veio ajudar o técnico e os outros foram lá para o fundo do  barco  por...por precaução. Conseguiram laçar a cobra e segurá-la com o gancho. Assim   presa  o  técnico pegou-a  com a mão e desprendeu-a da árvore. Em seguida os  dois   foram   remanejando-a com a vara até a boca do saco onde ela seria presa. Como  era  muito  grande  e  pesada, a tarefa ficava extremamente difícil. Foi assim até que conseguiram  jogá-la  junto  da  boca do saco. Achando o técnico que ela  iria cair  dentro  do saco,  abriu a argola do  gancho e ela caiu livre dentro do barco e não no saco.  Foi a questão da  cobra cair no barco   e os 7 soldados caírem na água. Só o técnico ficou no barco, assim mesmo  numa  ponta  do barco  e a cobra na outra ponta. Que fazer agora? Que soldado voltaria ao barco? Por enquanto nenhum, pelo menos enquanto a cuja estivesse lá  esperando  para  dar  uma  picadinha. Não tendo outra saída, o técnico, com uma vara especial,acabou jogando a cobra na água do outro lado do barco. Os valentes soldados retornaram a seus postos de  defensores, enquanto a cobrinha saía nadando rumo a qualquer parte seca. Se os soldados foram atrás da peçonhenta, ninguém ficou sabendo.

 


Autor: Henrique Araújo


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