O HOMEM DO QUINZE
O HOMEM DO QUINZE
Uma determinada empresa de telefone ganhou uma concorrência para instalar os telefones numa cidade média. Como ela tinha poucos funcionários, resolveu abrir um concurso para preencher as vagas restantes.
O prazo para a inscrição seria no máximo de uma semana. A empresa andou de vento em popa e lá pelas tantas, chegou um sujeito no mínimo muito estranho.O interrogatório para o preenchimento da ficha começou:
- Nome, por favor.
- Luis Quinze.
- Idade?
- Duas vezes quinze.
- Nascimento?
- Quinze de agosto.
- Endereço?
- Rua quinze, quadra quinze, casa quinze...
- Bairro?
- Quinze de novembro.
O agente já estava intrigado com tanto quinze. Ou aquele camarada sofreu um ataque de coincidências ou estava gozando nele, mas continuou o interrogatório:
- Mora com os parentes?
- Sim. Quinze ao todo: pai, mãe, irmãos, primos...
- É casado?
- Pretendo me casar no dia quinze de dezembro, às quinze horas, na igreja da avenida quinze, com uma menina de quinze anos.
O agente estava assombrado e resolveu pegar o sujeito.
- Qual é o salário que o senhor pretende ganhar aqui?
- Dez vezes quinze.
Que homem estranho - pensava o agente. Como é que ele usava tanto quinze, mas continuou com a gozação dizendo para si: agora eu te pego.
- Escuta aqui, ó seu salada de quinze. Se o seu nome é Luis Quinze, é porque seu pai era Luis Quatorze, logo o seu filho vai se chamar Luis Dezesseis. Acertei?
- Errou. Vai se chamar Quinzinho.
Não aguentando mais ouvir tanto quinze o agente procurou desafiar o homem.
-Olha aqui, por que é que você só fala quinze,sendo que os números são ilimitados?
- Por aí o senhor vê. Tudo me acontece sempre com quinze. E não é só isto. Veja só: fui castigado na escola durante quinze anos, repeti quinze vezes, me assaltaram quinze vezes, fiquei quinze vezes doente, fui internado quinze vezes, fiquei preso quinze dias.
- Está bem. Está bem. Chega de quinze por hoje porque eu tenho mais de 500 inscrições para fazer. Até logo seu quinze!
- Então até o dia quinze às quinze horas. E guarde para mim a l5a. vaga.
- Está bem, senhor, é só estudar.
- A propósito, agora são exatamente quinze horas, quinze minutos do dia quinze, tchauzinho.
- E não é que o Quinzório estava certo - finalizou o agente.
Autor: Henrique Araújo
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