A Colônia Dos Pescadores



No mapa de Jacques de Vaulx de Claye, de 1579, o arquipélago de Paquetá aparece assinalado com a seguinte indicação: “ici y a fort poisson” ( aqui há muito peixe )... 

E havia mesmo muito peixe em Paquetá, razão pela qual ela era habitada por muitos pescadores que, na sua maioria, moravam na COLÔNIA Z-3, em terreno que lhes fôra doado pelo velho Darque de Mattos, que residia na Ilha e era o dono do Café Globo

Quem viajava na primeira barca, que saía de Paquetá às cinco e meia da manhã, costumava ver dezenas de canoas ao redor de Itapacis. Era uma cena singular:  muitas canoas coloridas e dezenas de gaivotas e de atobás mergulhando ao lado delas, na busca do peixe que estava sendo cercado ... 

A proa da primeira barca ficava repleta de peixes, que eram levados nela para serem vendidos  no Mercado da Praça XV ...  

Eram cações, arraias, meros, pescadas e corvinas ... 

Mas hoje em dia isso são só lembranças ... O peixe acabou e os pescadores daqui que vivem exclusivamente da pesca não devem ser mais do que dois ou três ...  

E agora, a maioria dos moradores da COLÔNIA Z-3 é formada por funcionários públicos, que são filhos ou netos dos pescadores mais antigos ... 

No auge do tempo da pesca também havia na COLÔNIA Z-3 uma das maiores festas populares de Paquetá, a concorrer com a Festa de São Roque ... Era a Festa de São Pedro, o padroeiro dos pescadores, celebrado em 29 de Junho, com procissão terrestre e marítima, barraquinhas, fogueiras e corridas: de bicicleta e de canoas ... 

Era um dia inteiro de festejos, com fogos, brincadeiras e quitutes ...


Autor: Marcelo Cardoso


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