Embrapa estuda potencial agronômico e ecoturístico da Ilha Mem de Sá



Raquel Fernandes de Araújo Rodrigues*
Fernando Fleury Curado*
Wilson Teles Barbosa Segundo*

    
     A Reserva Ambiental do Caju, localizada no Campo Experimental de Itaporanga, pertencente à Embrapa Tabuleiros Costeiros, no Município de Itaporanga d’Ajuda, guarda em seu remanescente de Mata Atlântica uma riqueza singular da flora da restinga e do manguezal do Estado de Sergipe.

        Pesquisadores e estudantes visitam regularmente a Reserva atraídos pela diversidade de ecossistemas ali encontrados e pela riqueza da flora e fauna da região. São 1.030 hectares, dos quais 860, por sua reconhecida importância para o equilíbrio natural da localidade, estão prestes a se tornarem Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). O processo encontra-se em tramitação no ICMBio.

    Além dos atrativos naturais, a Reserva é utilizada pela Embrapa Tabuleiros Costeiros e parceiros para a realização de pesquisas em educação ambiental, agroecologia, etnociências, restauração florestal e conservação de recursos genéticos.

    Diante de tal importância, várias ações vêm sendo desenvolvidas para garantir a sustentabilidade do Caju, como é chamada pelos mais íntimos, entre as quais, atividades de pesquisa e comunicação que visam à gestão participativa para o desenvolvimento sustentável de comunidades localizadas no entorno da Reserva, em especial, do povoado Mem de Sá, uma ilha fluvial formada por uma população tradicional de aproximadamente 75 famílias (em torno de 375 pessoas).

    Seu povoamento foi iniciado por três famílias que, ao longo de várias gerações, estabeleceram uma profunda interação com o ecossistema local. Em que pese a importância dessas famílias para a preservação da biodiversidade a partir dos seus saberes locais, práticas predatórias (queimadas criminosas, pesca na época de desova, caça de animais silvestres, por exemplo) vinham ameaçando de extinção algumas espécies da Reserva.

    Assim, reconhecendo que os moradores da Ilha Mem de Sá são atores importantes para a gestão sustentável da Reserva do Caju, devido à intrínseca relação social, econômica e ecológica exercida com os ecossistemas locais, foi realizado um diagnóstico preliminar para a identificação do potencial socioeconômico e cultural da comunidade. O objetivo desse diagnóstico foi identificar estratégias sustentáveis de trabalho e geração de renda, visando à diminuição da pressão sobre os recursos naturais.

    Deve-se destacar que a Ilha Mem de Sá apresenta destacada beleza cênica, reunindo ambientes aprazíveis (restinga e manguezal), além da saborosa culinária local e a cultura (Samba de Coco, Festa do Caranguejo, Festa de Santa Luzia, etc.) que demonstram a possibilidade do aproveitamento e potencialização do ecoturismo, mediante atividades de capacitação dos moradores da comunidade. Essas informações permitiram a identificação e análise da realidade sócio-produtiva na Ilha Mem de Sá, estabelecendo as condições iniciais para o envolvimento e participação dos moradores nos processos de gestão para o desenvolvimento local em bases sustentáveis daquele território. Além disso, o estudo favoreceu a definição de estratégias de intervenção baseadas em tecnologias agroecológicas, desenvolvidas na forma de experimentações participativas.



*Raquel Fernandes de Araújo Rodrigues é Comunicóloga, Mestre em Agroecossitemas e Analista da Embrapa Tabuleiros Costeiros
*Fernando Fleury Curado é Agrônomo, Doutor em Desenvolvimento Sustentável e Pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros
*Wilson Teles Barbosa Segundo é  Estudante de Comunicação Social, Estagiário da Embrapa Tabuleiros Costeitos
Autor: Ivan Brscan


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