CIDADANIA E REALIDADE BRASILEIRA



O MST se prepara para enfrentar o esforço feito pela repressão para cortar o apoio da sociedade e isolar o movimento. Os "sem terra" reconhecem a luta e o movimento como seus e a palavra de ordem "Ocupar, Residir e Produzir" ganha corpo. Os acampados discutem a resistência como única forma de garantir as conquistas e os assentados investem na organização da produção. É preciso dar uma resposta produtiva mostrando à sociedade que a Reforma Agrária dá certo.Os frutos já estão sendo colhidos.

O MST amadureceu rápido, pois a história mostrou que só a conquista da terra não é suficiente para permanecer no campo. Outras frentes foram assumidas para buscar melhores condições de vida na terra para garantir a produção. O MST aprendeu que o avanço da Reforma Agrária não é obra só dos "sem terra" mas de todos os setores da sociedade que ajudaram carregar esta bandeira. A luta concreta destesanos tem como resultado a certeza de que são necessárias mudanças sociais, principalmente no setor da educação.

A descoberta da importância da educação na luta pela terra foi inédita. Foi como a descoberta de uma mina de ouro. Onde pressupõe muito trabalho: uma pedagogia a ser criada, um povo a ser escolarizado, milhares de analfabetos a serem alfabetizados. Nesta mina encontramos um número de crianças sem fim pedindo para conhecer as letras, pronunciar as palavras, ler.

Hoje, a luta pela terra e a luta pela educação andam juntas. Há preocupação com lonas pretas que cobrirão a escola, com materiais pedagógicos, merenda escolar, documentação e presença de educadores. Se no inicio as crianças pareciam incomodar os adultos para serem vistas e ouvidas, hoje elas já usufruem desta ação anterior. Ao se pensar em acampamento, logo se pensa na escola. Os pais vão com muita mais alegria e coragem para as ocupações, porque sabem que seus filhos terão onde estudar.

O MST, inspira-se na obra de grandes pedagogos, que viam na educação um caminho da verdadeira libertação da pessoa humana, em especial Paulo Freire. Um de seus principais desafios é erradicar o analfabetismo na área de acampamento e assentamento.

No RS a luta pela terra no mostra uma dura realidade. De um lado os trabalhadores rurais sem terra, que com sua organização, conquistaram mais de 150 mil hectares de terra, nos últimos anos, colocando diversas famílias sem terra sobre assentamentos. De outro lado vários governos estaduais se sucederam e sempre se omitiram, dizendo que a Reforma Agrária é um problema do Governo Federal, que embora na grande maioria eram aliados políticos e tinham os instrumentos legais, nunca priorizaram a Reforma Agrária.

Distribuir terra é distribuir poder, riqueza e renda, transferindo de quem tem muito, para quem não tem nada.


Cláudia Cinara Duarte


Autor: Cláudia Duarte


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