Rasgando a Fantasia



Em meus vinte e sete anos de atividade profissional, ocupando cargos técnicos e executivos em empresas do Grupo Bonfiglioli, Copersucar, SENAC e Zanthus entre outras, bem como a partir de minhas atividades posteriores como consultor, pude observar vários casos de sucesso e fracasso empresariais. Observei que apesar de muitas serem as situações que levam uma empresa a falir, a principal causa acaba sendo, quase sempre, o erro humano.

Está nas mãos das pessoas - empresários, executivos e de todos os funcionários - o futuro de uma organização. É uma responsabilidade enorme. Muita coisa depende de se fazer o certo. Parece óbvio, mas infelizmente não é. Erros humanos continuam ocorrendo todos os dias. Alguns são mortais.

Manter uma empresa viva torna-se, nos conturbados dias atuais, um dos maiores desafios de qualquer administrador. As rápidas alterações ambientais de mercado que têm de ser levadas em consideração superam em muito a capacidade de vários gestores. Na maior parte das vezes lhes falta a formação necessária para enfrentar esses desafios, em muitas outras, a falta é de visão.

Temos de ter sempre em conta que a formação do empresário ou dirigente precisa ser ágil o suficiente para permitir agir a tempo nessas situações, e que para isso, a informação é seu mais poderoso aliado. Lembremo-nos: a falência é como a morte que acompanha uma doença fatal. Mas pode ser evitada através da colocação em prática do que for corretamente planejado.

O papel aceita qualquer coisa e, por mais bonitas que sejam as frases de efeito a respeito de visão da empresa, liderança ou estratégia, isso de nada adiantará sem que se arregace as mangas e se transforme tudo em ação. É o executar que traz o sucesso para uma empresa. Cabe ao empresário dar o maior exemplo.

Dificuldades iniciais, mortalidade:

Abrir uma empresa custa dinheiro. Fechá-la custa muito mais. Periodicamente os jornais publicam alguma matéria mencionando os custos para abertura e fechamento de uma empresa e a desproporção entre esses custos. Mencionam também que a maior parte das empresas fecha antes de completar cinco anos. Essas afirmações deveriam assustar o leitor a ponto de ele nem pensar em abrir sua empresa! Felizmente, os brasileiros estão entre os povos mais empreendedores do mundo e continuarão a abrir suas empresas sempre que possível. Mas não seja ingênuo, infelizmente arealidade não é tão simples assim:

Você terá muito mais do que chefes ao montar sua empresa - terá clientes, e a responsabilidade para com estes é muito maior.
Pensamento positivo é bom, mas não basta. Você é que terá de ir atrás dos clientes e, para isso, precisará conhecê-los e ao mercado em que atuam. Afinal, eles nem sabem que você existe!

Só vende o produto que satisfaz as necessidades dos clientes, por melhor que ele seja. Se os clientes não tiverem necessidade dele, simplesmente não o comprarão. Além do mais, cabe a você mostrar-lhes em que o seu produto irá beneficiá-los.

Ter autoconfiança é importante, entretanto, pode ser perigoso quando em excesso. Sem planejamento e ação baseada nele, seu `taco` pode valer menos do que um graveto...

Para que seu negócio progrida (e não venha a fazer parte das estatísticas negativas), você deverá alterar sua forma de pensar. E isso significa que deverá planejar antes de agir. A maioria dos novos empreendedores é negligente no que diz respeito às atividades que devem ser realizadas sempre antes da abertura do negócio.

O que precisa ser lembrado, antes de abrir uma empresa? Leia a lista abaixo.

1.Você tem as características necessárias para ser um empreendedor?

2.Seus clientes serão seus novos chefes. Está preparado para isso?

3.Sua empresa produzirá algo. Será que os clientes querem comprar?

4.Há capital próprio para abrir a empresa?

5.Pessoas trabalharão com você. Como mantê-los na empresa?

6.Quem são seus potenciais concorrentes? Quem serão seus fornecedores?

7.O que sua empresa fará no futuro?

Caso você tenha as respostas, parabéns! Pode começar a pensar em abrir a empresa, se não, trate de obter essas respostas antes de abrir o negócio, ou ele dificilmente vingará.

(Publicado originalmente no Diário do Comércio de São Paulo em 27/02/2006)
Autor: Henrique Montserrat Fernandez


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