Sou Narcisista! Sabia Que Fazem o Mesmo Conceito de Você?



Parece que tudo aquilo que explicita as diferenças causa espécie e gera angústia. Como dizia Freud lá pelo final do século passado: é através do chiste que tentamos aliviar a nossa própria angústia. Mas eu iria um pouco mais além. Creio que quando faltam os limites precisos de um Ego estável, as pessoas passam a depender muito de normas externas que orientem seus comportamentos e garantam as provisões narcíseas.

Muitas vezes, em função disso, as pessoas se violentam, representam, fingem , tentam ser o melhor para ganharem a admiração dos que as rodeiam. Então quando alguém aparece e comporta-se espontaneamente, fugindo do padrão estabelecido, se assustam e então tratam de ridicularizá-los com gozações e rótulos. Não suportam o espelho já que a transgressão é parte fundamental do desejo humano.

Aquela ferida emocional; à ferida narcísica que é tão difícil de ser curada e que nos impede a espontaneidade, o estabelecimento de uma identidade e de criar uma forma particular de viver. Muito tem se falado de ferida narcísica no aspecto pessoal mas pouco se tem falado desta quando se trata de perceber o indivíduo inserido no seu meio social. A ferida narcísea é o núcleo de onde brota a falta de autoestima, o desapreço e o medo. Uma deficiência humana critica que é tirânica e onde o amor próprio subsiste graças às fantasias concomitantes de ódio, vergonha e afirmação do ego.

A ferida narcísica gera sempre a inveja na medida em que o outro é sempre visto como aquele que teve mais sorte, tem mais condições e possibilidades. Então se nota que um defeito neste sortudo é sempre bem vindo, desejável, porque faz com que tais pessoas sintam-se menos desgraçadas. A desgraça do outro faz com que essas pessoas sintam- melhores.

Imaginemos que pessoas feridas gravemente em seu narcisismo não se respeitam e por implicação não conseguem respeitar o outro. Não são amadas por si mesmas e nem podem amar os demais à sua volta. Não têm recursos para compreendê-los em suas limitações pessoais e ao contrário, espera-se deles, num reflexo do se faz consigo mesmo, sempre o melhor. Nunca se lhes dá o direito à falibilidade. Falhou, vira motivo de gozação, piada. Não se trata entretanto, de uma gozação com o objeto da anedota mas sim de um aviso para si mesmo: - não incorra no ridículo de falhar!

Generalizar a idiotice de uma loura para todas as outras é uma falha crassa e burra que infelizmente a maioria das pessoas comete. Até mesmo porque alguém que pode parecer burro num aspecto, pode não sê-lo em outros tantos. Pode até mesmo ter a intenção de parecer burro sem, no entanto, sê-lo. Além do mais qualquer generalização é sempre um ato descuidado.

Muitas vezes tentei explicar a coisa pelo preconceito, mas as conclusões nunca eram muito satisfatórias. Para mim preconceito é, como diz a própria palavra, uma construção anterior, alguma idéia que se fez sobre alguma coisa independente de ser ela correta ou não. Não creio que é disso que se trata.

Não se pode respeitar as diferenças justamente porque tudo o que se deseja é a manutenção dos vínculos de dependência num horror escancarado à independência e à autonomia onde o ser diferente toma conotação de ameaça, justamente por estar fora do controle, fora do esquema pré-estabelecido, tem que ser como, quando, onde e do jeito que eu quero... Então quando alguém aparece e comporta-se espontaneamente, fugindo do padrão estabelecido, se assustam e então tratam de ridicularizá-los com gozações e rótulos baseados em pesquisas.
Autor: Carmen N.Kuroviski


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