Quanto vale uma pessoa ética?



À medida que as pessoas compreenderem que o comportamento ético é valorizado porque é procurado e raro, entenderão que é um bom negócio ser ético.
A busca de pessoas que adotam um comportamento ético é tão antiga que encontramos Diógenes de Sínope na antiga Grécia, andando em plena luz do dia com uma lamparina acesa. Ao ser questionado sobre a razão do aparente desatino ele respondeu:
-Procuro um homem honesto1.
Nós também meu caro Diógenes, nós tambem.
Quem de nós não está interessado em encontrar pessoas honestas em nossas relações econômicas e sociais? Não só nos interessa conhecê-las, mas também tê-las como nossos pares, como pais, amigos, funcionários, fornecedores, clientes, sócios, chefes e governantes.
Contudo cabe a pergunta: - Onde se formam tais pessoas? Quem as ensina? A resposta não poderia ser outra. Somos nós os pais, amigos, professores, funcionários, fornecedores, clientes, sócios, chefes e governantes.
Como instrumento mais fácil para o ensino podemos usar a exortação; como instrumento mais eficiente podemos usar os exemplos dos outros; mas, como instrumento eficaz devemos usar nosso próprio exemplo em todas as oportunidades que surgirem no dia a dia.
Ao reconhecer, que assim como qualquer um de nós, na posição de contratantes também busca pessoas cuja história revele o uso de comportamento ético devemos reconhecer que os outros também buscarão estas características quando for nossa vez de sermos entrevistados.
Não podemos perder nenhuma oportunidade, para darmos exemplos de atitude ética em nossas próprias ações, pois já é do conhecimento popular que a palavra convence, mas o exemplo arrasta.
Para exemplificar a atitude ética podemos lembrar da definição trabalhada pelo filósofo Emmannuel Kant que ficou conhecida como o imperativo categórico: - Age de forma que a norma do teu proceder possa tornar-se uma lei Universal. A proposta de Kant guarda estreita relação com a máxima cristã de não fazermos aos outros o que não queremos que façam conosco e ganha sustentação pela força da sua lógica e pela previsibilidade das suas conseqüências.
Um argumento que reforça a importância desta visão é a de que todos nós desejaríamos aplicar nossas economias em ações, bancos ou fundos de renda fixa ou variável que fossem gerenciados por administradores que seguissem os preceitos já expostos. Além disso, como sócios de empresas estaríamos dispostos a recompensar regiamente administradores que conseguissem demonstrar um gerenciamento eficaz apoiado na atitude ética.
Como esta atitude é alcançada pela via da atitude filosófica do auto questionamento contínuo, testada e comprovada pela atitude científica da verificação, temos um processo que se auto-alimenta em direção a um aperfeiçoamento contínuo do planejamento, da ação e do controle gerencial.
Assim sendo, à medida que os jovens administradores alcancem colocar em prática este discurso e que os resultados comprovem a força destes princípios, os observadores seguirão o mesmo caminho arrastados pela convicção de que é muito melhor ser ético.
Como resultado do nosso esforço, podemos esperar que as conseqüências da ação ética se espalhem gradualmente como uma epidemia virtuosa e acabem por forçar a todos a aderir ao novo padrão de comportamento como imperativo de sobrevivência.

“Faze tudo como se alguém te contemplasse”
Epícuro – 270 a. C.


Paulo Henrique Wedderhoff
Empresário
Administrador de Empresas
Professor de Fundamentos de Administração
Autor: Paulo Henrique Wedderhoff


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