O QUE É CONTABILIDADE
No Brasil, os profissionais que nela atuam são chamados de contabilistas os técnicos de contabilidade que têm formação de nível secundário, e de contadores os de nível superior. Em Portugal o termo "contador" tornou-se arcaico. Até a primeira metade da década de 70 o profissional do ofício técnico também era conhecido como guarda-livros, mas esta expressão caiu completamente em desuso. Em setembro de 2005, o CFC (Conselho Federal de Contabilidade) apurou no Brasil a existência de 383.644 contabilistas e 64.960 organizações contábeis ativos.
História
A Contabilidade iniciou-se empiricamente e só foi reconhecida como ciência propriamente dita no início do século XIX mas seu fundador da antiguidade foi Luca Pacioli, principal divulgador do método das partidas dobradas. Por longo período sua história se confundiu com a dos registros patrimoniais de organizações mercantis e econômicas e até os dias de hoje é possível se notar alguma confusão entre a Contabilidade e a escrituração de fatos patrimoniais.
Outra dificuldade que se encontra no estudo da matéria, principalmente no Brasil, é a dos trabalhos científicos sobre contabilidade não raro sofrerem de um excesso de experimentalismo, o que tem prejudicado o desenvolvimento da matéria em várias áreas. Muitos desses trabalhos foram classificados até o final da década de 60 como de Economia Aziendal, um ramo da Economia proposto pelos estudiosos italianos e europeus. A prática contábil passou a ser chamada de contabilidade aplicada. Os estudos da Economia Aziendal no Brasil não observavam acentuadamente relações profundas com outras ciências que ocorrem na prática contábil, um dos fenômenos que carecem de maior abordagem acadêmica.
Como contribuição para a sistematização e estudo desses fenômenos, em particular da contabilidade aplicada, poderíamos partir para uma classificação de "dimensões contábeis", dos seguintes grupos de relações formados a partir do ponto de vista dos contabilistas, e derivados das influências mais importantes observadas na atividade prática:
• Dimensão Jurídica
• Dimensão Administrativa
• Dimensão Econômica
A relação com várias outras matérias, apesar de intensas com algumas não citadas tal como por exemplo a Informática ou Ciência da Computação, não se caracterizaria como uma nova dimensão pois nessa relação prevalece um caráter lógico-matemático, estranho à matéria contábil.
Dentro da dimensão econômica da matéria, pode-se considerar que os fatos contábeis se baseiam nas seguintes razões lógicas:
• A azienda tem necessidades;
• de acordo com as necessidades, cria suas finalidades ou metas;
• para suprir as necessidades busca meios;
• o exercício ou utilidade dos meios gera funções.
Fenômenos Contábeis
Dentro de uma visão estruturalista com objetivos econômicos, os fenômenos contábeis se estudam sob os aspectos ambientais e que são os que envolvem o patrimônio; dividem-se em:
• endógenos: do ambiente aziendal;
• exógenos: do ambiente social, econômico, político, ecológico, legal, etc.
Mas também há a visão estruturalista com objetivos sociológicos, no qual o patrimônio é substituído como objeto pela gestão empresarial e pela informação.
Nesse sentido, os fenômenos endógenos seriam os voltados para a informação dirigida a gestão, enquanto os fenômenos exógenos seriam os voltados para a informação de mercado (em inglês, disclosure).
Para ser reconhecido como dado dentro de um sistema contábil objetivo, os fenômenos devem estar materializados em fatos contábeis, os quais devem ser escriturados. Ou então em atos, que podem se tornar objeto de escrituração caso haja o objetivo de se implementar um controle contábil.
Dessa forma, um sistema contábil deve ser aquele capaz de organizar os fatos contábeis a partir de três objetivos primordiais: registro, controle e informação.
Correntes do Pensamento Científico
Entende-se a Contabilidade como ciência pois:
• tem um objeto próprio de estudos;
• estuda o objeto sob um aspecto peculiar ou próprio;
• estabelece leis (relações entre fatos de validade geral e perene);
• enseja a previsão de fatos;
• tem metodologia específica;
• tem tradição como conhecimento;
• enseja aplicação do seu conhecimento.
Existem diversas correntes do pensamento científico da Contabilidade, sendo as consideradas próprias de figurarem como de dimensão predominantemente econômica são as seguintes:
• Controlismo
• Aziendalismo,
• Patrimonialismo,
• Universalismo
• Neopatrimonialismo (desennvolvida no Brasil por Antônio Lopes de Sá), etc.
As correntes abaixo serviram para se reconhecer uma dimensão jurídica da contabilidade, a saber:
• Contismo
• Personalismo
A ressaltar ainda as teorias desenvolvidas pelos anglo-americanos, que se enquadram na dimensão administrativa da contabilidade, sendo a mais marcante a proposta da Contabilidade Gerencial, a Análise Financeira e a Consolidação dos Balanços.
Ramos da Contabilidade
• Contabilidade Administrativa,
• Contabilidade Agrícola,
• Contabilidade Ambiental,
• Contabilidade Analítica,
• Contabilidade Aplicada,
• Contabilidade Bancária,
• Contabilidade Comercial,
• Contabilidade de Custos,
• Contabilidade de Recursos Humanos,
• Contabilidade de Seguros,
• Contabilidade de Transportes,
• Contabilidade Doméstica,
• Contabilidade dos Serviços,
• Contabilidade Estratégica
• Contabilidade Financeira,
• Contabilidade Fiscal,
• Contabilidade Geral,
• Contabilidade Gerencial,
• Contabilidade Gráfica,
• Contabilidade Hospitalar,
• Contabilidade Hoteleira,
• Contabilidade Imobiliária,
• Contabilidade Industrial
• Contabilidade Mercantil,
• Contabilidade Nacional,
• Contabilidade Orçamentária,
• Contabilidade Pública,
• Contabilidade Rural,
• Contabilidade Superior,
• Contabilidade Teórica,
• Contabilidade Tributária
• Contabilidade de Custos.
Autor: Valdivino Alves de Sousa
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