A necessidade do reuso e da reciclagem



Preservar a natureza por meio da reciclagem e do reuso de recursos pode ser um bom negócio, tanto econômico quanto ambiental.

A sociedade extrai os recursos da natureza, entretanto, esses recursos não são infinitos. Diante dessa realidade, teremos que utilizar da tecnologia, dos processos físicos e químicos e reutilizar ao máximo esses recursos.

Sabemos que o Brasil já é o campeão mundial de reciclagem de alumínio. Isso não ocorre por amor à natureza, mas sim por um problema social e econômico que é o desemprego. Assim como o alumínio, o papel e papelão também têm sido amplamente reciclados. Quem ganha com isso é a natureza.

Atualmente estamos acompanhando na grande mídia exemplos de reutilização de produtos e recursos que antes eram descartados.

Acreditava-se que era impossível sua reutilização. Um exemplo disso são os óleos lubrificantes que a Agencia Nacional do Petróleo (ANP), a partir de 1999, decretou que os mesmos não poderiam voltar para a natureza, exigindo sua reutilização. No município de Lenções Paulista (SP) isso vem ocorrendo. De cada litro de óleo lubrificante usado são extraídos nove compostos que servem para construção civil (produção de massa asfáltica) e até mesmo para a agricultura (substrato de defensivos agrícolas), restando ainda, ao final do processo 700 mililitros de óleo lubrificantes prontos para serem usados em máquinas e motores.

Outro exemplo que podemos citar é o reuso da água que cada vez mais se torna necessário. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2025 a falta de água será um pesadelo para 2 bilhões e 700 milhões de pessoas, por isso, toda iniciativa para economizar água é valida. No município de Pompéia (SP), uma escola profissionalizante investiu na reutilização da água que era consumida pela própria escola (inclusive a do esgoto). Após o tratamento, essa água é reutilizada nos vasos sanitários e na irrigação dos jardins. Em Jales (SP) um curtume reutiliza parte de sua água evitando o gasto excessivo com esse recurso.

Vocês já pensaram que para preparar um almoço ou um jantar desperdiçamos uma grande quantidade de nutrientes e vitaminas. Jogamos diariamente nos aterros e lixões cascas, folhas e talos de frutas e legumes que poderiam ser aproveitados se houvesse uma melhor divulgação e incentivo para o consumo dos mesmos. Futuramente a alimentação das pessoas pode ser garantida com o consumo desses produtos que hoje são descartados. O Serviço Social da Indústria (SESI) já possui um programa que está sendo implantado em 31 cidades do Estado de São Paulo chamado “Alimente-se bem por um Real”. O curso ensina às pessoas o melhor aproveitamento dos alimentos e, antes, o que era descartado, agora, pode ser aproveitado.

Em síntese esse artigo vem como um alerta para a necessidade de pensar melhor nas formas de consumo que nossa sociedade vem implantando. Temos que mudar nossos hábitos, usar os recursos adequadamente para, assim, garantir a nossa sobrevivência. Pensem nisso!

Marçal Rogério Rizzo: Economista, professor universitário, especialista em Economia do Trabalho pela Unicamp, especialista em Gerenciamento de Micro e Pequenas Empresas pela Universidade Federal de Lavras, mestre em Desenvolvimento Econômico pelo Instituto de Economia da Unicamp e doutorando em Dinâmica e Meio Ambiente pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP de Presidente Prudente - SP).
Autor: Marçal Rogério Rizzo


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