Abelhas, borboletas e mariposas



Houve o tempo da Cigarra e da Formiga, cuja moral da história era trabalhar no verão para garantir sustento no inverno. Será que esta fábula ainda precede? Examinando o comportamento de outros insetos, poderemos ver o mundo do trabalho de outra forma. As abelhas, por exemplo, comportam-se como as pessoas que estão empregadas: obedecem a hierarquias, seguem regras e saboreiam as vantagens de pertencer à grande colméia, beneficiando-se da sinergia das equipes e do sentido de pertencer a um grupo. As borboletas são semelhantes aos profissionais liberais, freelancers e consultores. Às vezes atuam sós, às vezes em grupo, mas seu grande mérito é justamente voar de lá para cá, alimentado as flores com o seu conhecimento. As borboletas precisam exibir suas qualificações para gerar solicitações de trabalho e às vezes sofrem com as mudanças das estações. As mariposas equivalem às pessoas que não sabem se seu futuro será igual ao cotidiano da abelha ou à liberdade arriscada da borboleta e voam em volta da luz que lhes dará um rumo. A diferença entre pessoas e insetos é que podemos intercambiar esses papéis várias vezes em nossas vidas. Insetos são, seres humanos estão. A possibilidade de mudança gera angústia, inveja ou uma falsa sensação de inferioridade ou superioridade. O horror ao desemprego pode fazer com que uma pessoa na situação de abelha evite pessoas na situação de mariposa. Algumas mariposas se auto-intitulam consultores gerando confusão no mercado e prejudicando o próprio marketing pessoal. Então, como essas três espécies podem se relacionar? Se você está numa fase abelha, suas prioridades são a colméia e sua sobrevivência dentro dela. Aproveite ao máximo seu convívio com as borboletas, elas trarão notícias de outros mundos, ampliarão sua percepção. Consultores por exemplo, podem lhe dar uma visão mais clara se determinados problemas são ou não exclusividade de sua empresa. Por outro lado, não despreze as mariposas. Algum dia você precisará delas, e este dia pode ser já: não é pela falta momentânea de sobrenome ou status profissional que uma pessoa deixa de ter conhecimento, criatividade e disposição para trocar idéias. Por exemplo, se alguém no estágio mariposa convidá-lo para almoçar, vá. É claro que esta pessoa vai pedir sua ajuda, mas, se ela for esperta, vai procurar demonstrar sua capacidade e terá muito prazer em discutir questões de seu interesse. Se você está numa fase mariposa, você tem aquilo que é mais precioso para os demais: tempo. Além disso, você precisa voltar para a engrenagem, estar entre abelhas e borboletas. Cuide de si, esteja em companhia, mas evite pessoas deprimidas ou atarantadas. As deprimidas farão um grande esforço para provar que qualquer iniciativa, sua ou dela é inútil e as atarantadas criarão reuniões inúteis e demais pretextos para sentir que estão trabalhando. Não se magoe com a falta de atenção dos demais, entenda e não seja inoportuno. Nada de e-mails com seu currículo, nem atitudes de pedinte. Você precisa deles, mas só terá a devida atenção quando se mostrar interessante. Aproveite esta etapa para descobrir o seu brilho. Borboleta, você que tem vôo próprio, lustre sempre suas asas. Esteja atento, pois toda ocasião pode gerar relacionamentos frutíferos e aprendizado. Mas como o tempo é um recurso limitado, você pode criar mecanismos para colaborar com as pessoas sem ter que dispor dele, como prover o seu site com informações interessantes para quem o procura. O mundo todo demanda mais colaboração entre os seres humanos e maior aproveitamento da diversidade. O mundo do trabalho não é diferente. Podemos começar por ele...
Autor: Gisela Kassoy


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