A Vida Que Vivifica Nossa Vida
Mas se fosse assim, por que não temos ninho? Por que não podemos ter morada? Por que nosso coração está tão inquieto? E por que amamos tanto o infinito? Por que desejamos tanto o Absoluto? E por que agimos pensando na eternidade?
Porque tem uma semente de vida eterna dentro da nossa alma. Uma lesma não sente falta de uma moto, mas nós sentimos falta de Deus – mesmo quando recalcamos este desejo que parece insaciável. Mas que tipo de vida é essa se não é a vida biológica, nem a vida social? O que fica se tivermos a coragem de excluirmos a carne e o mundo?
O que fica em nós quando estamos sozinhos? O que fica em nós quando amamos? O que se dissipa em nós quando pecamos? Que luz é essa, tão pura e tão simples? E seus atributos não são tão pouco quantificáveis, tão pouco materializáveis? E não é isso que sabemos de Deus? Que é um ser espiritual extremamente simples e amoroso? O que, então, poderíamos ter de mais semelhante com a divindade do que este potencial de eternidade? E onde está toda possibilidade senão na onipotência divina? E onde está toda a eternidade senão na Infinitude divina?
E assim como a Palavra divina está viva, ali também está a Vida. “Como Ele disse: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14,6). E, porque ela é a vida, ela é viva e vivifica, pois tal «como o Pai ressuscita os mortos e os faz viver, também o Filho, dá a vida a quem quer» (Jo 5,21). Ela é vivificante quando chama Lázaro para fora do túmulo e lhe diz: «Lázaro, vem para fora!» (Jo 11,43).
Quando esta palavra é proclamada, a voz que a pronuncia ressoa no exterior com uma força que, apercebida no interior, faz reviver os mortos, e, despertando a fé, suscita verdadeiros filhos a Abraão (Mt 3,9). Sim, ela é viva, essa palavra, viva no coração do Pai, na boca daquele que a proclama, no coração daquele que crê e que ama.”
Aumenta nossa fé e nosso Amor, Senhor, e livra-nos da Morte. Não falo da Irmã Morte tão querida, mas da morte do orgulho que mata nossa alma, magoando a presença do Espírito em nós. Vem habitar no nosso podre coração, ò Palavra Viva da Verdade e do Amor!
Autor: Carlos Vargas
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