Turismo de Incentivo: estimulando o desempenho de colaboradores nas empresas
Tal prática foi adotada nos Estados Unidos no início do século XX e, no Brasil, a primeira viagem de incentivo data de trinta e dois anos atrás, envolvendo oitenta revendedores do grupo General Motors.
Vale ressaltar que a viagem de incentivo é uma das formas de reconhecimento profissional capaz de proporcionar momentos de lazer e descanso, aumentando o nível de relacionamento pessoal entre empresa/funcionário e que tem efeito mais positivo se o contemplado puder desfrutar de tais momentos junto à sua família.
Ademais, a experiência de viagem possibilita um vasto aprendizado por analogias, ou seja, vivências de situações semelhantes àquelas do ambiente de trabalho (estresse, escassez de recursos materiais e financeiros, etc.), podendo haver criação de conhecimentos que auxiliem na forma de arrostar as adversidades do mundo corporativo, obtendo-se soluções criativas e desenvolvendo-se novas competências. Soma-se a isso, a ampliação da rede de contatos (networking).
Estudos que medem o impacto dos programas de incentivos indicam que os prêmios em dinheiro são considerados pelos colaboradores até no máximo um ano, carros e outros bens duráveis têm recall de aproximadamente quatro anos, enquanto que as viagens permanecem “vivas” na memória do beneficiado por até doze anos . Afinal, viagens rendem fotos, histórias divertidas, filmes, etc.
Para os colaboradores, participar de um programa de incentivo consiste, basicamente, em ser desafiado a atingir determinados objetivos, estimulados pela possibilidade de ganhar um prêmio de valor intangível.
Do ponto de vista dos diretores e sócios das companhias, um programa de incentivos não acarreta despesas, pois é autofinanciável, ou seja, os recursos necessários para sua implantação e desenvolvimento provêm de uma pequena parcela dos lucros ou economias a serem geradas por ele mesmo, deixando ainda um resultado altamente positivo para a empresa.
Um estudo realizado pela SITE – Society of Incentive & Travel Executives, associação mundial de pesquisa e educação na área de incentivos, mostra que 92% dos trabalhadores pesquisados revelaram ter atingido suas metas graças aos programas de incentivos, enquanto que 57% das empresas pesquisadas relataram ter atingido ou ultrapassado suas metas. O mesmo levantamento revelou que os programas de incentivo podem melhorar o desempenho individual do funcionário em 27% e nas equipes, em cerca de 45% .
No Brasil, a adesão a tais programas ainda é discreta por parte das empresas nacionais, porém grande parte das multinacionais já aderiu, premiando seus colaboradores com roteiros no Brasil e no exterior. Estes últimos em maior quantidade, uma vez que o produto doméstico ainda goza de preços elevados na relação custo-benefício. Um exemplo nacional é a Bradesco Seguros que conquistou o Globes Awards como Melhor Atividade Motivacional para Equipes de Vendas, envolvendo 35 mil corretores em todo o Brasil e cujo prêmio foi uma viagem com acompanhante para uma ilha de Búzios, transformada em “Ilha Bradesco Seguros” .
Tal segmento turístico é bastante peculiar e exige que as viagens sejam programadas e planejadas de acordo com o perfil da empresa e seus colaboradores, tendo um apelo personalizado com serviços exclusivos para que os contemplados reconheçam o prêmio como uma gratificante oportunidade de explorar novos lugares e vivenciar novas situações, numa experiência ímpar.
Essa fatia de mercado tem atraído empresas prestadoras de serviços no ramo, nacionais e internacionais, interesse que pode ser constatado nos números da feira de Turismo de Incentivo LACIME – Latin America and Caribbean Incentive & Meeting Exbition que em 2005 reuniu 3500 visitantes e 300 expositores de 20 países, contando com patrocínio de grandes empresas como as companhias aéreas Tam e Lan, e as redes hoteleiras Meliá, Hilton, e Marriot.
Se o intuito é estimular um grupo de colaboradores, inclusive aqueles de desempenho médio ou fraco, pode-se aderir ao Programa de Turismo Social, recentemente lançado, fruto de uma parceria entre o Ministério do Turismo e a Abrastur , que tem por objetivo integrar empresas e colaboradores, permitindo que eles viagem com suas famílias, hospedando-se em hotéis de qualidade a preços acessíveis. Qualquer trabalhador pode aderir, desde que possua uma conta bancária onde serão debitadas as taxas de adesão e de manutenção, algo em torno de R$ 40,00 mensais.
Referências:
ANSARAH, Marília Gomes dos Reis. Turismo: segmentação de mercado. São Paulo: Futura, 1999. 208p.
COSTA, Benny Kramer. REJOWSKI, Mirian. Turismo contemporâneo: desenvolvimento, estratégia e gestão. São Paulo: Atlas, 2003. 316p.
DEEPROSE, Donna. Como valorizar e recompensar seus funcionários. Rio de Janeiro: Campus, 1995.
BARROS, Luis. Impulso ao Turismo de Incentivo. Disponível em http:// clipping.planejamento.gov.br, acesso em 19 jun. 2006.
Jornal Cruzeiro do Sul. Programa de Turismo Social pode beneficiar 2 milhões de trabalhadores. Disponível em http://www.cruzeironet.com.br, acesso em 23 jun. 2006.
LACIME – Latin America and Caribbean Incentive & Meeting Exbition. Disponível em www.lacime.com, acesso em 20 jun. 2006.
Ministério das Relações Exteriores. Definições. Disponível em http://www.mre.gov.br, acesso em 24 jun. 2006.
Ministério do Turismo. Disponível em http://www.institucional.turismo.gov.br, acesso em 19 jun. 2006.
PALLADINO, Rita. Desafios do Turismo de Incentivo no Brasil. Disponível em http://www.revistadoseventos.com.br, acesso em 20 jun. 2006.
Autor: Fabrina Marques Calvo
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