Resultados do 1° Semestre de 2006



Após a divulgação dos dados da atividade econômica do segundo trimestre de 2006, tem-se um cenário, se não catastrófico, pelo menos sombrio para o país. No segundo semestre o PIB cresceu apenas 0,5%, no acumulado do ano 2,2%. A conseqüência imediata desse resultado será a revisão para baixo da estimativa do PIB anual, de certo, aqueles que apostaram em números acima de 4% reduzirão suas expectativas.

Decompondo esse dado de 0,5%, chega-se a conclusão de que quem puxou o PIB trimestral para um nível tão baixo foi a indústria. Tem-se o setor de serviços com um acréscimo de 0,6%, agropecuária 0,8% e a indústria com apenas 0,3%. A causa para um resultado tão fraco do setor parece ter sido mesmo a menor quantidade de dias úteis do mês de junho pela ocorrência da Copa do Mundo. Sem esquecer também do câmbio valorizado e da greve da Receita Federal que prejudicaram o comércio exterior.

Um dia após a animadora ata do COPOM que decidiu pelo corte de 0,5 pontos percentuais nos juros básicos, veio essa notícia negativamente surpreendente. Em um ano, os juros foram reduzidos em 5,5 pp, ainda sem resposta efetiva dos investimentos, que inclusive apresentaram queda, vide os dados divulgados da Formação Bruta de Capital Fixo, após um primeiro trimestre de crescimento de 3,7%, nesse último um recuo de 2,2%.

Sem o estímulo dos investimentos privados, o resultado de 2,2% de crescimento do PIB no ano foi causado pelo aumento do consumo e dos gastos governamentais. E a mesma história se repete. Os gastos do governo aumentam assegurados pelo aumento da carga tributária, fato este que, por sua vez, desestimula o investimento privado. Dessa forma, tudo se encaminha como nos anos anteriores para um crescimento bem modesto deste gigante adormecido.
Autor: Zenon Bittencourt


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