O que nos leva apaixonarmos pelo outro?



Na vida diária quando se fala de paixão logo tem alguém expressando seu ponto de vista, uns dizendo:" é bobagem", outros acreditam, outros acham que o mundo caótico acinzentou esse fenômeno, se assim pudermos denominá-la. A paixão é uma sensação descrita por poetas, escritores, psicólogos, mas, além disso, um estado sentido, experimentado por muitos. Um composto de contentamento e sofrimento, muitos se questionarão, "mas paixão não é só felicidade?" "não é estado de plena realização?" Não, paixão representa sim angústia, medo da entrega, pois como diria Freud apaixonar-se e submeter-se, é servir, é investir energia para o outro isso significa uma trincheira ao nosso narcisismo, e nem por isso um empobrecimento do ego, mas uma projeção do ideal do ego, por isso ao apaixonarmos pelo outro apaixonamo-nos por uma extensão nossa, por tudo que idealizamos.
Ouvimos constantemente perguntas do tipo "o quê você viu nele(a)? E a resposta é sempre repleta de fantasias, qualidades se sobrepujando a tudo e a todos ele(a) é perfeito(a)! Há também os que negam a paixão pelo outro, por muitos motivos, relutam, tentam dissimular o sentimento manifestando um sentimento inverso como raiva, desdém, muitos antes de declara-se ao amado temem a recusa, receiam vivenciar a realidade, preferem a agonia da incerteza.
São muitas as tramas que nos reservam a paixão, e em todas elas é claro, existem motivações internas pessoais, mas em todos os casos do apaixonar-se há sempre a sensação de estar lhe faltando algo, muitas vezes lhe falta o ar! É essa parte faltante que você depositou no outro, essa parte de tudo que você vê como perfeito, por isso na paixão você só tem olhos para o outro. No entanto, quando esse estado de torpor passa, os olhos passam a enxergar tantas coisas e aí se ouve constantemente entre os casais "mas você não era assim!" "Você mudou tanto!"
Na verdade ao apaixonarmos vemos somente o que nos agrada até os defeitinho bobos são bonitos, achamos que podemos mudar mais tarde e mais tarde o defeitinho bobo aparece e aí vemos que pode não ser tão bobo ou quem sabe um defeitinho bobo mesmo de fato, mas que vem em coletivo... e acabamos vendo tantos outros...
Esse é segundo passo: o do conviver sem aquela grande paixão, mas com desejo intenso de continuar e aprender a respeitar as diferenças pelo simples
fato de querer estar com o outro e suavizar a dor de ser só!
Autor: Marjorie Vieira


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