Eleições versus Meio Ambiente



Autores: Marçal Rogério Rizzo e Miriam Carvalho Matias

Estamos presenciando o que não é novidade! Em época de eleição, as promessas surgem de todos os lados e de todas as formas. O que é mais comum são as promessas que estão intimamente ligadas à grande massa de eleitores como a geração de emprego, a melhoria da saúde e da educação e, claro, a otimização e ampliação do programa do bolsa família.

Sabemos que os políticos só estão preocupados em fazer propostas convenientes, ou melhor, promessas eleitoreiras e que, em grande proporção, estejam ligadas à classe mais carente, pois a maioria da população do Brasil é composta por essa classe de renda inferior.
Fica claro também que, neste imenso país, há uma precariedade na estrutura estatal e nas políticas públicas como a educação. Se as pessoas tivessem acesso a uma boa educação, a realidade seria outra.

Em meio ao período que vivemos, as pessoas estão desinformadas e preocupadas somente com o seu dia-a-dia. Muitas vezes, assistem à televisão ou lêem algum informativo, mas não entendem, ou mesmo, estão desiludidas e fatigadas com suas próprias vidas.

Em ano de eleição, é normal ver promessas relacionadas aos problemas da população. Há solução para tudo, até mesmo para a falta de chuva, para a falta de emprego, para a falta de remédio, enfim, para tudo. Mas, e o meio ambiente, onde fica nesse período? Onde estão as propostas para essa área? Temos que priorizar os problemas ambientais mais graves, mas observem o artigo publicado na Folha de São Paulo, de 21 de julho de 2006, cujo autor é Frank Guggenheim que revela a visão ambiental dos políticos: “É lugar-comum falar que a questão ambiental não faz parte da prioridade dos políticos em decorrência do pouco interesse que ela desperta entre os eleitores. Temas como segurança, emprego, educação e saúde despontam como os que atraem a atenção e integram o ideário das propostas dos políticos que querem alcançar cargos majoritários no país, principalmente para os governos dos estados e a Presidência da República”.

Isso mostra que grande parte dos políticos do Brasil não pensa no futuro do meio ambiente, dos recursos naturais como a água, que através dela é que temos a vida e que, a cada dia, se encontra mais escassa.

Temos também o problema do desmatamento, pois sabe-se que parte das florestas está em meio a queimadas que resultam em mudanças climáticas, ameaçando a vida no Planeta Terra. Mas, cadê os projetos dos políticos para a área ambiental?

Ainda, o artigo de Guggenheim diz que “o que todo político brasileiro deseja mesmo é que o meio ambiente não atrapalhe sua vida”. Por esse descaso dos políticos que só pensam em construções de concreto, programas de massa entre outras propostas eleitoreiras é que o meio ambiente vem sendo degradado.

Cabe a lembrança do problema ambiental do lixo e fazendo um paralelo com a política que tem se mostrado cada vez mais suja, que tal começarmos limpando o Brasil nas eleições de outubro próximo?

Marçal Rogério Rizzo: Economista, professor universitário, especialista em Economia do Trabalho pela Unicamp, especialista em Gerenciamento de Micro e Pequenas Empresas pela Universidade Federal de Lavras, mestre em Desenvolvimento Econômico pelo Instituto de Economia da Unicamp e doutorando em Dinâmica e Meio Ambiente pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP de Presidente Prudente - SP).

Miriam Carvalho Matias: Acadêmica do 2º. Semestre do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Toledo – UniToledo.

Observação: Artigo publicado inicialmente no jornal Folha D’Oeste de Jales (SP) na edição no. 4.049 do dia de 23 de setembro de 2006.
Autor: Marçal Rogério Rizzo


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