Inteligência Empresarial



Existem inimigos invisíveis que somente podemos identificar com os olhos da mente, pelo poder da inteligência. Metaforicamente podemos dizer que Inteligências são como sondas, radares que perscrutam o ambiente externo da organização.

A era da globalização é caracterizada por um panorama de alta competitividade, função da velocidade das mudanças tecnológicas e do conhecimento, que são os vetores mandatórios que obrigam as organizações estarem um passo à frete dos competidores, conscientes e conhecedoras do ambiente de inserção.

É uma atividade de gestão da informação que tem como objetivo permitir que os tomadores de decisão se antecipem às tendências dos mercados e a evolução da concorrência, detectem e avaliem ameaças e oportunidades que se apresentam no seu ambiente para definirem as ações ofensivas e defensivas mais adaptadas às estratégias da empresa. As ações de Inteligência se fazem prementes, visto que as mudanças das variáveis do contexto do mercado se apresentam cada vez mais céleres, impondo uma atuação pró-ativa.

Etmologia: lat. intelligentìa,ae 'entendimento, conhecimento'; ‘percepção clara e fácil; habilidade em tirar partido das circunstâncias; engenhosidade e eficácia no exercício de uma atividade; sagacidade, perspicácia’. (Dic.Houaiss)

O termo sugere a faculdade de conhecer, compreender, resolver problemas, adaptação. Também é definido como: “ajuste, conluio, relações secretas: ter inteligência com o inimigo (concorrente)”.

Inteligência é a somatória do conhecimento que a organização detém sobre os fatores-chaves dos ambientes externo e interno na busca da vantagem competitiva.

Observamos o ambiente empresarial num contexto formado pela dicotomia das dimensões:
• Governabilidade: responsável pelas ações no ambiente interno da organização com o controle sobre esforços e desempenho encetados e,
• Inteligência: responsável por conhecer, compreender e aprender a realidade do ambiente externo, ambas, frutos de uma gestão empreendedora com objetivo de alcançar a sustentabilidade através de diferenciais competitivos e vantagens futuras para a organização, pois os níveis de competição a que estão subordinadas e a complexidade do ambiente empresarial sugerem às empresas buscarem estratégias de sustentação e mesmo, de superação, na manutenção de seu status no mercado.

A inteligência como tática de se antecipar aos fatos, leva os governos através de suas agências de inteligência se anteciparem às ações terroristas e redes de contravenção locais ou mundiais, porém existe ai um conotacao de espionagem! pois acesso ilegal as informações sigilosas (bancárias, telefônicas, etc.), embora com autorização judicial é espionagem. A inteligência empresarial não contempla nem utiliza destes expedientes, pois atua no âmbito das informações públicas ou publicadas, senão estaria faltando com a ética e, empresa sem ética é como uma pessoa sem caráter!

Dimensões
A implantação de um programa de inteligência corporativa exige a criação de uma força-tarefa multidisciplinar interna e eventualmente da facilitação de consultores externos à organização.

A elaboração do planejamento requisitos (da (formulação), desenvolvimento (projetos), implementação (execução, avaliação, disseminação) pressupõe um esforço conjunto das áreas de interesse e de suporte (TIC) para uma consecução bem sucedida, além do monitoramento contínuo e coordenado.

A inteligência é a grande arma que dispõe as organizações para estar um passo a frente do que é desejado acompanhar, descobrir, monitorar e, somente se efetiva quando abrange os diversos níveis da atuação empresarial que estão fora de seu alcance, a saber:

Cliente
É incomum a utilização do termo “inteligência do cliente” porém, conhecê-lo e entendê-lo é um grande trunfo - o foco do Marketing,. cujo intento é descobrir as necessidades interesses e desejos dos consumidores, posto que é através dos clientes que qualquer empresa sobrevive e conhecer o comportamento, perfil de consumo, novas demandas, se torna imperativo.

Concorrente
O conhecimento com profundidade da atuação dos concorrentes e a monitoração permanente de suas ações reveste-se de importância capital na prevenção de ameaças para a empresa. As indagações sobre a concorrência (quem são), localização (onde estão), oferta (o que oferecem), tendências (o que estão descontinuando), inovações (o que tem de novo), estratégias (como oferecem), segmentação (para quem oferecem), pró-atividade (o que vão fazer), participações (quanto vendem) devem ser permanentes.

Organizacional
Estudo do ambiente interno da organização: o conhecimento que a organização têm sobre si pelo mapeamento de seus ativos (tangíveis e intangíveis), seu estágio de aprendizagem, o clima organizacional, governabilidade, suas competências essenciais e de vanguarda, seu corpo de conhecimento, nível de relacionamentos com os interessados (stakeholders), suas capacidades de inovar, planejar, auto-regular-se, enfim, suas gestões de talentos, recursos, processos e informação.

Mercado
O conjunto de inteligências se consolida com o estudo da natureza do mercado de inserção procurando incorporar em sua análise fenômenos de consumo. As variáveis econômicas, sociais e políticos que possam ter importância para a organização:
1. Setor social: estrutura de consumo, poder de compra, tendências e descontinuidades do segmento de atuação, tendências demográficas,
2. Setor tecnológico: novos produtos e processos, inovações em tecnologia de informação e comunicação (TIC), tendências científicas e tecnológicas, etc.,
3. Setor econômico: mercado de capitais, indicadores financeiros e econômicos, balança comercial, orçamentos do setor público, distribuição da renda, mercado de capitais.
4. Setor ético-cultural: valores sociais, ética referente ao negócio, responsabilidades social e ambiental.
5. Setor político: legislação, regulamentações, controles e pressão (sindicatos, sociedade, comunidade), políticas sociais.
Num maior aprofundamento, incluem-se as preocupações ambientais com a utilização racional dos recursos naturais (hídrico, solo, ar), poluição do meio-ambiente (sonora, visual, atmosférica, solo), para a configuração do panorama completo dos níveis de inteligência.

Esse processo sistemático da busca, análise, estruturação, disseminação e realimentação das informações oriundas das várias fontes disponíveis na empresa e no ambiente externo é de vital importância na administração e planejamento estratégico.
Através da Inteligência competitiva são desvendadas as oportunidades e/ou ameaças do ambiente externo que muito contribuirão na busca da vantagem competitiva, facultando à empresa a posição de destaque no cenário empresarial.

É sabido que “não se deve subestimar o oponente (concorrente)”, tampouco superestimá-lo; a organização tem que conhecê-lo na medida certa e dispor seu poderio (competências) com coordenação, articulação e sistematização na busca por uma melhor posição tática e estratégica no mercado.










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Autor: Wagner Herrera


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