Olhai para a Amazônia!



Autores: Marçal Rogério Rizzo - Juliana Gonçalves Omori e Willian Guimarães Santos

Muitas vezes, preocupamo-nos somente com algo que está próximo. Pensamos que problemas que não nos rodeia não nos pertence e, isto inclui a Amazônia. A mídia nos apresenta que a situação da nossa Amazônia é preocupante, pois a devastação tem ocorrido de forma acentuada.

Se acessarmos a Internet ou buscarmos, em jornais e revistas, matérias sobre o assunto, encontraremos centenas de artigos que mostram esse grave cenário, incluindo matérias internacionais.

Um destes textos, cujo titulo é “Riqueza ameaçada” e tem como autores Darlene Menconi e Leonel Rocha lembra que as pradarias, as savanas e as florestas brasileiras são muito ricas, abrigando duas em cada cinco espécies de plantas e animais do planeta. Essa biodiversidade vem sofrendo com a biopirataria, tendo um prejuízo de US$ 16 milhões por dia.

O nosso paraíso ecológico é visado mundialmente por empresas multinacionais e transnacionais, sendo uma grande fonte de riqueza. O senador Ramez Tebet escreveu, no Jornal Folha de São Paulo, um artigo (A devastação da Amazônia, 28 fev. 2006), que expressa esse cenário: “[...] A exportação ilegal de produtos da Amazônia [...] tornou-se um formidável negócio para grupos internacionais [...] com a ajuda [...] da população indígena”. Nem mesmo os índios salvaram-se do jeitinho brasileiro!

Outro debate que ronda a Amazônia é o índice do desmatamento. Não há consenso para esse assunto. Em matéria da Agência Reuters, feita no final de 2005 (Devastação da Amazônia é subestimada em 50%), afirma-se, como já diz o próprio titulo, que o desmatamento da Amazônia pode ser o dobro do que se imagina, isso em razão do corte "seletivo" de árvores, que não é detectado pelas imagens do satélite.

Sabemos que, enquanto o lucro continuar sendo mais importante do que a vida, nosso patrimônio natural vai continuar sendo devastado e nós continuaremos ouvindo “a melodia das motosserras”.

Mas nem tudo é só “noticia” ruim, há algo de bom sendo feito. O senador Ramez Tebet, no seu artigo, afirma que há uma nova lei para a gestão de florestas públicas, no qual cita: “[...] Com a aprovação da Lei de Gestão de Florestas Públicas, o Brasil deu um passo avançado no esforço para combater a derrubada ilegal de madeira na Amazônia, onde estão 90% da madeira nativa do país.

Mas, se não houver controle, o passo poderá ser falso. A devastação da Amazônia continuará. Há questões de natureza administrativa, jurídica, econômica e social que estão a merecer séria reflexão”.

Tebet lembra que, para evitar a devastação, será necessário, primeiramente, um sistema de fiscalização rígido, que auxiliaria também uma concessão para que as empresas possam desenvolver projetos de uso sustentável da floresta, pois 76% de suas terras são públicas, proibindo que empresas estrangeiras e ONGs a adquiram. O lado administrativo teria de se inspirar em acabar com o processo de grilagem e ocupação ilegal. “[..] É oportuna a idéia de criar um grande arco de proteção para a preservação e a manutenção dos altos padrões socioambientais para a extração de produtos florestais, cuja concepção agregaria, entre outros, o Sistema Florestal Brasileiro, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal, o Ibama, a Embrapa e o Instiuto Nacional de Pesquisas Amazônicas”.

Para o cumprimento dessa lei serão necessários os limites às fronteiras, entretanto, haverá dificuldade de sua aplicação, pois a Região Amazônica é extensa e as leis que estão em vigor não são obedecidas. A sociedade brasileira deve olhar para a Região Amazônica com mais atenção e carinho e, claro, cobrar, das autoridades, a preservação da mesma.

Para encerrar dedicamos este artigo para a freira americana, Dorothy Stang, que foi morta com seis tiros, no dia 12 de fevereiro de 2005, em Anapu (Estado do Pará), e para o líder seringueiro e ecologista, Chico Mendes, que foi assassinado no dia 22 de dezembro de 1988, em Xapuri (Estado do Acre).

Marçal Rogério Rizzo: Economista, professor universitário e doutorando em Dinâmica e Meio Ambiente pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP de Presidente Prudente - SP).

Juliana Gonçalves Omori: Acadêmica do 2º. Semestre do Curso de Sistema de Informação do Centro Universitário Toledo – UniToledo.

Willian Guimarães Santos: Acadêmico do 2º. Semestre do Curso de Comércio Exterior do Centro Universitário Toledo – UniToledo.
Autor: Marçal Rogério Rizzo


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