Conhecimento epistemológico, fator vital para a administração de micro-empresas.
Mesmo sem estudos específicos em áreas da administração, vitais para a condução de uma empresa, como finanças, recursos humanos e marketing, uma grande parcela dos micro-empresários conduz seus negócios com uma maestria simétrica, incluindo na “gestão”, elementos empíricos como o de gerenciamento das relações com clientes. Entende-se por isso os famosos cases de CRM que aludem à questão do atendimento personalizado (1-to-1), fator este crucial no ambiente do micro-negócio. Ancorados na premissa da intuição e de seus históricos como empreendedores, os micro-empresários muitas vezes, considerando o cenário empresarial não favorável, são a exceção com suas maneiras genuínas de se conduzir negócios.
Contudo, feeling não garante um resultado operacional positivo. E neste sentido, critico duramente os órgãos estatais brasileiros responsáveis pelo empreendedorismo por sua atitude omissa frente às micro-empresas. O cidadão sem qualificação técnica acaba tendo enormes dificuldades em abrir um negócio. Não me refiro somente aos desafios financeiros, mas também com relação à obtenção de conhecimentos administrativos para o ideal funcionamento de um empreendimento. Os órgãos qualificados para tal função não foram criados para auxiliar este tipo de empreendedor, ou se foram, não demonstram através de suas políticas, real interesse neste porte de empresário. E isso vai desde o acesso a informações até as tarifas cobradas para serviços de consultoria na abertura e na condução de empresas, o que torna as entidades estatais de fomento ao empreendedorismo, inacessíveis para a maioria das pessoas que desejam abrir o seu negócio.
Desta forma, é mister atentar para a atual conjuntura, observando todos os elementos que englobam o meio empreendedor, uma vez que, os micro e pequenos empresários representam 20% do PIB brasileiro. Hoje há no país, 3.8 milhões de empresas nestes segmentos, o que reforça ainda mais a necessidade de se incluir políticas que facilitem o desenvolvimento de micro-negócios, proporcionando assim menos intuição e mais embasamento epistemológico aos seus administradores.
Autor: Felipe Silveira Ramos
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