Ensino a distância, surgimento de uma nova perspectiva educacional



A humanidade encontra-se imersa em um contexto, no qual, o rápido acesso à informação transforma radicalmente as rotinas das pessoas. Somado a isto, a junção das rotinas diárias, com os avanços tecnológicos interligam os indivíduos em “redes de comunicação global”. Essa interconexão impulsionada pelos avanços das tecnologias é evidenciada a partir da máxima de que em virtude da alta velocidade com que as tecnologias avançam, o homem tende a assumir uma postura mais pró-ativa em seu meio, pois o acesso a novos canais de informação e comunicação é cada vez mais facilitado. Hoje, é difícil encontrar qualquer atividade que esteja desvinculada de uma variável tecnológica.
Concomitantemente a esta constante inovação tecnológica, percebe-se um crescente aumento por parte da sociedade concernente a qualidade do ensino. Esta fusão entre ensino e tecnologia é um dos motivos que sustentam o crescimento do ensino a distância (EAD). De acordo com a legislação brasileira, pode-se conceituar ensino a distância como:
“... uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação” (Diário Oficial da União decreto n.º. 2.494, de 10 de fevereiro de 1998).
Considerando o EAD a partir desta perspectiva conceitual, entende-se que esta metodologia de aprendizagem dispensa o professor em seu papel de “expositor de conteúdos e conhecimentos”. No ensino a distância, os alunos e professores estão separados pela distância e algumas vezes também pelo tempo. Partindo dessa premissa, pode-se afirmar que o EAD está vinculado à mídia e ao meio de comunicação que permite o contato entre as pessoas envolvidas nos cursos (relação aluno/aluno; aluno/professor).
O ensino a distância pressupõe o auxílio de algum tipo de mídia. Em virtude de os alunos e os professores estarem distantes uns dos outros, a utilização de algum tipo de tecnologia é necessária a fim de que o contato ocorra. Até os anos 80, as tecnologias disponíveis eram poucas e simples para produção, acesso e interação dos cursos a distância. As organizações do segmento de EAD baseavam seus métodos em material impresso, programas em áudio, vídeo ou transmissões em TVs e rádios educativas. Historicamente, pode-se segmentar o EAD em três gerações: A primeira geração era composta por tecnologias rudimentares, como material puramente impresso, o que minimizava o processo de interação do aluno com o conhecimento. Já a segunda geração, promoveu as integrações dos recursos audiovisuais. Nesta fase, o ensino a distância começou a utilizar meios com áudio e vídeo, como fitas cassetes, ensino através da televisão, dentre outros recursos. Entretanto, somente a partir dos anos 90 que o EAD entrou na terceira geração. Nesta fase, a integração de redes de conferência via computador e estações multimídia abriram maiores possibilidades de gerar comunicações bilaterais entre alunos e professores. Através da utilização de recursos como a Internet, satélites e diversos aplicativos eletrônicos, os alunos são capazes de participar de teleconferências, videoconferências e seminários ¬on-line o que torna o EAD, nesta fase, altamente interativo.
Uma preocupação inerente à exploração devida do potencial da comunicação que as mídias da terceira geração oferecem é ancorada na proposta pedagógica dos cursos que on-line. Pesquisadores e pedagogos buscam maneiras de criação espaços de interação que atendam as necessidades de ambos professores e alunos. A criação destes ambientes virtuais de aprendizado se dá a partir da criação de cenários que compõem interfaces instrucionais para a interação de alunos. Estes ambientes incluem ferramentas que sustentam a aprendizagem através de interações, reflexões e troca de experiências. Conceitualmente, estes ambientes denominam-se learning management system (LMS) ou mesmo, ambiente virtual de aprendizado. O desenvolvimento de plataformas LMS é hoje um desafio para todas as empresas que buscam se inserir em ambientes de EAD, devido à alta complexidade na construção de tais ferramentas.
Mesmo estando em uma posição de pleno destaque no âmbito internacional no que se refere ao ensino a distância, o Brasil precisa investir pesadamente na qualificação de pesquisadores nesta área de mercado a fim de assegurar uma vanguarda em pesquisa e desenvolvimento na indústria do EAD e, consequentemente, contribuir positivamente para uma maior e melhor capacitação no ensino no país.


Referência Bibliográfica:
Diário Oficial da União decreto n.º. 2.494, de 10 de fevereiro de 1998.
Autor: Felipe Silveira Ramos


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