Uma atitude de desinteligência



Este não é um fórum político-econômico e muito menos a “minha praia”, mas podemos aprender muito desinteligência governamental como o plano de aceleração do crescimento (PAC) e quem eles pretendem convencer.

Todos sabemos que um planejamento estratégico é uma medida de longo prazo, (acima de três anos), porém o atual governo pretende com o PAC um salto dos pífios 2,5% para acima de 5% no próximo ano! (mais que o dobro). Preferiria que fosse um plano de aceleração do desenvolvimento, enfim crescer a custa de “anabolizantes” não é sustentável.

É um plano burocrático montado a partir de “injeções” de investimentos na economia. Não se cria infra-estrutura em pouco tempo: estradas, portos, matriz energética demoram alguns anos para se viabilizarem e operação tapa-buracos não resolvem! Tampouco com esta taxa de juros de mercado, esta política tributária vigente, essa legislação trabalhista arcaica darão competitividade ao empresariado ante os mercados globais. O setor têxtil está doente; o calçadista, moribundo, o da construção naval, convalescente, o mercado de trabalho formal encolhendo; o informal, se expandindo e nossos governos “míopes” não vêem isso?

Sim, porque miopia é a anomalia que nos impede de ver a distância e quem não vê longe, não vê antes nem vê melhor que os outros (países) e não pode pretender crescer. A única coisa que cresce por aqui á a máquina estatal e capim.

Sabemos que competências são estruturadas pelo conhecimento, habilidades e atitudes, mas como desenvolvê-las num país de trinta milhões de analfabetos e outro tanto de analfabetos funcionais? Isto soma um terço de nossa população! Um programa de educação num país só terá retorno após uma geração (vinte anos ou mais). Temos exemplos de países que promoveram a aprendizagem no âmbito nacional como o Chile, Irlanda, tigres asiáticos e hoje desfrutam de posições melhores no cenário global, e neste Brasil com dimensões continentais e desequilíbrios regionais, certamente demorará muito mais.

Depois de Getúlio Vargas não tivemos nenhum estadista, somente abutres que depauperaram a nação. Até os índios (Morales e Chaves) defendem seus patrimônios estratégicos, enquanto que os nossos doutores presidentes (desculpas ao atual) transformaram isto aqui num paraíso fiscal e internacionalizaram nossas reservas minerais e naturais. Assim não dá!

Este país só não afunda porque é maior que o “buraco” e somente não pára porque a inércia promovida por sua “massa”. Empresto aqui um conceito de física sobre “quantidade de movimento” que é igual a massa X velocidade, pois embora nossa velocidade seja muito pequena é grandemente compensado pela quantidade de massa (tamanho) e outro, a inércia que é a tendência dos corpos continuarem no estado que estão (parados ou em movimento, embora que pequeno).

Resta aos empresários o mercado interno! Mas como vender bens a uma população paupérrima? A classe média em processo de franca contração e a classe pobre sujeitada a uma carga tributária (indireta) de 47% de impostos? Estamos sofrendo uma nova “derrama” porém agora não existem os inconfidentes mineiros para se sublevarem, pois até nossos valores foram depreciados.

Voltando ao PAC, a denominação está tecnicamente correta, pois estratégias de crescimento se viabilizam em conjunturas de oportunidades de mercado X fraquezas internas através de injeção de investimentos, diferentemente de estratégias de desenvolvimento que são indicadas em conjunturas de oportunidades X forças por meio das competências de vanguarda, capacidades de realizações e isto, certamente não é nosso caso!

A pergunta reticente é a seguinte: até quando teremos governos ineptos? Certamente demorará! Um povo inculto não tem competência de escolher governantes capazes e eles sabem disso, então medidas populistas e assistencialista é tudo precisam para se manterem no poder e isso cai num ciclo vicioso (melhor que fosse virtuoso!): “povo inculto elege governos incompetentes que por sua vez não fazem nada pelo desenvolvimento pelo povo”.

Quando teremos sorte? Particularmente uma conceituação do termo que gosto muito é que: “sorte é estar preparado para quando a oportunidade chegar”! Temos tido reiteradas oportunidades, em verdade a cada quadriênio elas são renovadas, mas nunca tivemos “sorte” e nunca teremos a se manter esta ordem vigente, posto que nossos governos de longa data tentam minimizar os efeitos através de políticas assistencialistas, mas nunca atacam as causas responsáveis pela estagnação do país.

Hoje devo ter acordado com a taxa de serotonina muito baixa o que me levou a escrever este artigo nefasto, mas a “taxa” de desesperança infelizmente, é permanente e alta, enquanto durar este estado de “coisas” que perdura há cinco décadas.

IVMMV
Autor: Wagner Herrera


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