O DÓLAR TEM QUE CONTINUAR FLUTUANTE



Está havendo uma preocupação descabida com a valorização do real. Mas quando o dólar bateu a casa de supervalorização de R$ 4,00, nenhum especulador profissional ou empresário reclamou.

Entre 2002 e 2004 o tesouro nacional arcou com custos financeiros de bilhões de reais,com a ciranda financeira, prejudicando investimentos necessários na saúde, na educação, nos meios de transportes de massa e em infra-estrutura. Hoje, considerando a inflação dos últimos quatro (4) anos, o dólar deveria estar sendo cotado, de fato, a R$ 2,00 (dois reais) e alguns centavos. Com a inflação e economia estável, porque o dólar tem que ser super-valorizado e para atender a quem?. O governo não pode ser envolvido emocionalmente na onda que defente a desvalorização do real. Porque o brasileiro bate palmas para o dólar e o euro quando estão super valorizados e não tem o mesmo tratamento de entusiasmo com a nossa moedada. Antes, a ineficiencia empresarial de exportadores era compensada por medidas protecionistas com recursos do caixa do tesouro nacional, para garantir a manutenção de ganhos bem acima do normal. Se há um movimento em cadeia para a desvalorização do real, é muito importante que o governo faça uma série de interrogações sobre quais as atividades empresariais estão verdadeiramente perdendo competividade com o mercado externo e por que. A primeira iniciativa deveria ser uma criteriosa análise e isenta sobre os ganhos contábeis dessas empresas que se julgam prejudicadas com a competividade externa e qual a sua rentabilidade real sobre o patrimonio líquido e quais os percentuais de produtos exportados. Com inflação de quatro por cento (4%) ao ano, não é justo que essas empresas se julgem prejudicadas, caso tenham rentabilidade líquida de quatro por cento (4%)ou seja, de cem por cento (100%) sobre a inflação. A luta pela volta da cultura inflacionária ainda está sendo alimentada por muitas empresas, principalmente pelo sistema financeiro, que continua reagindo contra a prática de juros democráticos. Será que realmemnte as empresas que estão reclamando por maiores lucros estão desenvolvendo novas tecnologias, gerenciamento correto, mão de obra qualificada e qualidade do produto e prêços?. Alegar custos financeiros elevados,não cola,porque existem linhas de créditos do BNDES a juros compatíveis com a inflação,e portanto, não é desculpa. Cabe ainda ao governo, como instituição disciplinadora de comportamento de marcado, levantar todas as empresas exportadores que estão tendo rentabilidade líquida abaixo dos ganhos reais que seriam auferidos no mercado financeiro. Tenho certeza de que não são tantas, como se imagina. Deve também o governo levantar, em reais , através das declarações do imposto de renda,a vida dessas empresas nos últimos cinco (5) anos.A análise, além de ser criteriosa, seria totalmente transparente para a sociedade. A hora é esta para se chegar à realidade de disputas com economias glabilizadas e não de buscar soluções paliativas. E tem mais, é sintomático o volume de dólares voláveis que estão entrando no país, para valorizar artifialmente a bolsa de valores, acreditando que está bem próximo o dia que os especuladores competentissimos vencerão mais esta batalha e talvez a guerra por uma super valorização do dólar, sem nenhuma justificativa para defender a nossa economia. A troco de que e porque, não há justificativa para um dólar acima da inflação dos últimos cinco anos. Não somos contra empresas ou empresários competentes, mas a favor dos recursos do erário. Os bons empresários estão continuando com as suas exportações, enfrentando a competividade que será cada vez mais acirrada e com rentabilidade bem acima da inflação. O grande problema é a saudade da inflação e do descontrole da economia.A Guerra existe de fato e o governo não pode perde-la, basta que não deixe a emoção ocupar o espaço da razão.
Autor: João da Rocha Ribeiro Dias


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