Ateísmos e Agnosticismos



Entre ateísmo e agnosticismo a diferença não é relevante, assim também não o é a diferença entre ateísmo e teísmo em vários casos, religiosos são ateus em relação às religiões restantes, mesmo que tenham uma ou várias entidades divinas como convicção, divindades existem aos milhares, em todas é impossível de acreditar, ou mesmo todas conhecer. Um agnóstico considera insolúveis as deambulações entre provas de existência e inexistência de idealizações de seres divinos baseados em fé, consideram a fé irracional e perante irracionalidades, as mesmas não serão debatidas com racionalidade, infrutífera a tentativa de encaixe, livram-se assim de debates ridículos e de emaranhados de proselitismo ficcional entediante. Também nenhum ateu irá provar a inexistência de todas as divindades, uma esquizofrenia era provável, deuses existem aos magotes, santinhos e anjinhos idem.

Os termos cruzam-se e misturam-se quando liberdade mínima existe, assim temos religiões a transformarem-se em filosofias de vida com o ateísmo como uma das essências, Budismo e Jainismo são muitas vezes exercidas como “religiões” ateístas pois não acarretam conceitos de divindades.

O ateísmo é exercido por todos os ateus e teístas, um muçulmano será ateu relativamente à crença na existência do deus judaico-cristão, um católico será ateu relativamente à crença na existência da trindade divina hindu, Brahma, Vishnu e Shiva, um hindu será ateu relativamente à crença na existência de Thor. Um ateu reúne todas as suas crenças infundadas e remete todas as divindades à inexistência. Um agnóstico, a levar em conta a sua inserção na filosofia originária, cai no erro lógico de não remeter à inexistência todo e qualquer contexto infundado. Sob o prisma das bases filosóficas do agnosticismo, podemos considerar como impossível a tarefa de provar ou não toda e qualquer imaginação, serão infinitas as possibilidades. A existência de Fadas e Duendes a fazerem orgias nos anéis de Saturno é impossível de provar, tal o são as provas que definam a inexistência. Para um agnóstico este será um problema insolúvel, para um ateu ou um teísta é logicamente solúvel em menos de um segundo.

A contextualização religiosa de um ateu define alguém que não acredita no seu deus ou deuses, assim derivando o termo para a premissa minimalista de “não crente em deus”, sendo a premissa correcta “não crente em deuses”. O agnosticismo na actualidade tem como função a rotulagem da diversidade entre teístas e ateus, muitas vezes aplicado a espiritualidades, a religiosos não praticantes (é o mesmo que ser esgrimista não praticante, proxeneta não praticante, apicultor não praticante e afins), a ateus sem paciência para discussões entre racionalidade e irracionalidade e por fim a indivíduos vários que simplesmente se definem como “Quero lá saber disso!”.

Também publicado em www.liverdades.wordpress.com
Autor: Bruno Resende


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