Resposta ao artigo A Podridão de Brasília



Um digníssimo cidadão alagoano - articulista de um jornal da capital do estado - foi muito infeliz em seu artigo 'A podridão de Brasília', atacando a cidade de Brasília, a exemplo de alguns apresentadores de TV, com um ódio pessoal sem razão de ser, a ponto de chamar essa cidade de trabalhadores de 'lamaçal', 'carniça', 'fossa' e 'lixão'. Segundo o articulista, engenheiro aposentado, "Brasília hoje é uma grande fossa sem tampa, de onde exala uma fedentina que atinge a todos os brasileiros e chega até os demais países". Se ela hoje é vista assim, é porque eleitores de outros Estados brasileiros, talvez ele mesmo (de uma terra collorida), que não sabem votar, escolhem mal seus representantes e os enviam para cá. Aí sim, Brasília poderia ser chamada de 'fossa' dos outros Estados.

Brasília não tem culpa da revolta política do caríssimo engenheiro alagoano. Ele afirma que, "na qualidade de cidadão ou cidadã brasileira", o brasileiro "é obrigado ou obrigada a votar", diz que "todos os brasileiros são uns bobocas" (inclusive ele, provavelmente, se algum dia votou em algum político collorido em seu Estado - um dos que mais envia políticos corruptos para a capital federal), e que "os partidos gostam de ovelhinhas", como os eleitores a quem ele chama de 'esclarecidos'. Talvez seja porque seu 'esclarecimento' esteja muito acima do bem e do mal.

Dá para perceber, pelos artigos de nosso digníssimo articulista, o quanto ele é revoltado com a vida, com as pessoas, com o sistema, com a política, pois os seus textos exalam um ódio intenso, que, se continuar a ser alimentado com essas 'escritas' agressivas, o máximo que poderá fazer é corroê-lo por dentro. Esse tipo de 'verdade' (como o pensamento de Abraham Lincoln, "Eu nada sou, mas, a verdade é tudo") não leva a nada. A verdade é tudo, desde que seja realmente a verdade. E curiosamente, o nosso engenheiro pede, em uma de suas mensagens, que os seus leitores não façam (por favor) nenhum comentário para feri-lo, como vingança, pois algumas pessoas (e devem ser bem poucas, pelo jeito) o consideram "um cara legal". Quem semeia colhe o que plantou: como ele se acha no direito de agredir com palavras fortes os milhões de habitantes de Brasília - como eu, que aqui moro, trabalho e curto a vida com minha família - e não quer resposta à altura?

Há uma grande diferença entre discordar e apresentar esclarecimentos às pessoas sovre determinado assunto (como faço em relação à Educação em meu site aqui, no Recanto) e e lançar farpas ferinas em uma escrita repleta de rancor.
Nosso povo e nossa cidade merecem respeito.

*Prof. Maurício Apolinário
é autor do livro "A arte da guerra para professores"
Autor: Prof. Maurício Apolinário


Artigos Relacionados


Política - Brasil Um País Preparado?

Repúdio A Renan Calheiros

Voto Obrigatório E Voto Facultativo

Vote! NÃo Se Venda

Poesia Para BrasÍlia

O Eleitor E Seu Estadista

Engenheiro Manoel Feio