AVALIAÇÃO NO PROCESSO ENSINO - APRENDIZAGEM



No presente artigo pretendo expor algumas considerações sobre a avaliação no contexto do processo ensino-aprendizagem, observando qual é o seu papel no desenvolvimento do trabalho escolar e quais as suas possibilidades de aplicação junto ao educador. Para que avaliar, o que avaliar e como avaliar devem ser reflexões contínuas no cotidiano do educador, para que este não perca o seu objetivo principal, o bom desempenho do aluno.
Para entendermos melhor o que a avaliação significa no processo ensino-aprendizagem, precisamos rever alguns conceitos e, a partir daí, compreender sua real função.
Do ponto de vista da avaliação do rendimento escolar do aluno, a LDB em seu artigo 24, V, afirma que a avaliação do trabalho escolar será contínua e cumulativa, devendo ser dada prioridade para os aspectos qualitativos, devendo, ainda prevalecer o desempenho do aluno ao longo do ano sobre o de uma eventual prova final. A avaliação refere-se tanto ao que e o como o aluno está aprendendo, mas também à necessária revisão dos elementos que constituem a prática docente, tanto no âmbito da aula como no da própria escola.
Ela desempenha três papéis: diagnóstica, formativa e classificatória. Na perspectiva do planejamento curricular e de ensino, as três funções são importantes e devem ser levadas em conta no planejamento escolar. Com relação ao planejamento das atividades educativas, a avaliação diagnóstica é o ponto de partida, pois é ela que define as necessidades a satisfazer, diagnostica os problemas que impedem que estas necessidades sejam satisfeitas. Já avaliação formativa é aquela que busca entender como se está desenvolvendo o processo ensino-aprendizagem, fornecendo elementos para corrigir rumos e orientar o estudante em relação ao seu aprendizado. Quanto à avaliação classificatória, não há nenhum mal em se quantificar certos resultados obtidos junto aos alunos, o que não é correto é valer-se apenas dessas informações.
Para iniciar uma avaliação do rendimento escolar que traduza na prática o compromisso da escola com o desenvolvimento do aluno, três questões devem orientar o trabalho docente: Para que avaliar? O que avaliar? Como avaliar?
A avaliação do aluno em sala de aula tem como propósito promover o aperfeiçoamento do ensino que vem sendo oferecido. Avalia-se para identificar necessidades e prioridades, situar o próprio professor e o aluno no percurso escolar. Para Prado (1997, p.144), se a avaliação do rendimento escolar tem como função a análise e a proposição de encaminhamentos pedagógicos para que os objetivos do ensino sejam atingidos, seu processo final culmina não na aprovação ou reprovação, mas em prescrições pedagógicas que possam tornar o ensino mais efetivo.
Analisando o seu curso, as aprendizagens que prioriza e o tipo de ensino que pretende desenvolver é que o professor define o que irá avaliar. É a clareza de seus objetivos, do significado da sua disciplina na formação do aluno e dos propósitos do projeto da escola que permitirão ao professor definir procedimentos de avaliação que permitam aos alunos e a ele próprio ter uma gestão dos erros e do processo de superação. Definir o que avaliar conduz o professor a refletir sobre o ensino que pretende desenvolver e as dificuldades que terá que enfrentar para alcançar os propósitos esperados. Exige do professor muita clareza sobre a formação pretendida de seus alunos. É a partir do planejamento que realizou para promover o processo de ensino-aprendizagem , ou seja, da seleção das competências e conhecimentos que priorizou e das estratégias que escolheu para desenvolver, que o professor irá esclarecer o que avaliar.
Avaliar não é medir, avaliar envolve o levantamento de informações sobre a aprendizagem dos alunos que devem ser analisadas, considerando os critérios e objetivos do plano de ensino, e inclui também o processo de tomada de decisões. Analisar como vou avaliar implica estabelecer como vou permitir que os dados levantados permitam autoconhecimento do aluno e o diagnóstico do ensino oferecido. A avaliação, ao possibilitar o diagnóstico do ensino oferecido pelo professor e do desempenho do aluno, pode ser formadora quando os resultados possibilitarem também uma reflexão sobre a prática que estamos desenvolvendo, ou seja, quando os resultados obtidos pelos alunos permitirem ao professor analisar a sua participação na aquisição da aprendizagem e identificar quais as estratégias mais efetivas e as que precisam ser revistas, que processos de aprendizagem os alunos estão construindo, quais as dificuldades que o próprio professor enfrenta. Desenvolver uma avaliação formadora significa realizar um processo não fragmentado, não punitivo e orientado por princípios éticos. Comprometida com a transformação social, essa prática educativa reconhece o papel da educação nessa transformação, prioriza a análise do pensamento crítico do aluno e focaliza sua capacidade de solucionar problemas reais. Não se pode esquecer que neste tipo de avaliação é fundamental que o resultado sempre seja devolvido e analisado com o aluno.
Atualmente, fala-se muito em práticas de avaliação numa perspectiva emancipatória, a qual tende a assegurar nas instituições o caráter educativo da avaliação, isto é, avaliação como meio de revisão das ações do professor, suas práticas de ensino e interação com os alunos, de modo que o próprio professor tome decisões com maior conhecimento de causa. A avaliação torna-se mais compreensiva quanto ao processo de ensino e aprendizagem, é mais democrática, sendo que os resultados obtidos são discutidos e negociados entre os participantes do trabalho escolar, e busca ainda uma auto-avaliação, mediante um processo reflexivo de planejamento-observação, análise-reflexão.
Conclui-se, então, que o professor deixa de ter papel dominante no processo avaliativo, passando a ser um investigador que busca sempre melhores resultados, utilizando critérios mais relevantes centrados em dimensões qualitativas e quantitativas, proporcionando melhor qualidade da aprendizagem para todos os alunos, em condições iguais.
Autor: Elaine Aparecida Petrin


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