Assolando a Nossa Saúde
Há alguns anos, temos percebido que diversas instituições hospitalares se tornaram grandes comerciantes de órteses, próteses e materiais especiais, pois passaram a depender das margens de comercializações para obterem resultados financeiros e eficácia operacional.
O foco principal da assistência médico-hospitalar, voltado para a racionalização de recursos de diagnósticos e tratamentos, criação de protocolos assistenciais, redução do tempo de permanência hospitalar, disciplinando rotinas e observando seqüências diagnósticas é algo de fundamental importância e tem ficado, na grande maioria dos casos, para segundo plano.
Estamos diante de um cenário com interesses comuns e opostos ao mesmo tempo; comuns pois tanto hospitais, médicos e operadoras buscam a cura de seus clientes e consequentemente o alcance da qualidade de vida tão desejado pelo mesmo; opostos pois a busca desta qualidade de vida resulta em "brigas financeiras" que para um ganhar, o outro terá que perder.
No cenário atual necessitamos buscar atender ao mesmo tempo os interesses de quatro agentes – pacientes, médicos, hospitais e operadoras – e por este motivo torna-se de grande importância buscarmos gradativamente a alteração da forma de remuneração dos serviços médico-hospitalares no Brasil. Precisamos medir e divulgar os bons desempenhos assistenciais de nossa rede credenciada, precisamos remunerar pela qualidade pois assim os pacientes referenciarão os bons prestadores de serviço, excluindo-se assim e por falta de demanda, aqueles considerados como de baixa qualidade, precisamos gerenciar os nossos custos apoiados a indicadores que demonstram e evidenciam a resolutividade dos tratamentos de nossos usuários...
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o setor de saúde suplementar brasileiro é o segundo maior mercado de saúde privado do mundo. Dados da ANS - Agência Nacional de Saúde, comprovam que temos no Brasil cerca de 36 milhões de usuários sendo assistidos por centenas de operadoras de saúde, em suas diversas modalidades.
Esses números comprovam que somos os grandes pagadores da assistência médica e hospitalar em nosso país e desta forma, somos peças fundamentais para iniciarmos a mudança do atual cenários, em conjunto com os agentes que atuam no setor; caso contrário, teremos muito em breve o retorno de milhares de vidas ao Sistema Único de Saúde (SUS), cujo acesso é precário e a baixa remuneração indesejável pela grande maioria dos médicos. Desta forma, estou convicto que assolar a assistência médica privada em nosso país será um retrocesso e irá culminar em prejuízo para todos os envolvisos. Preservemos a "galinha dos ovos de ouro"!
Autor: Douglhas Zatta de Moraes
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