Direitos: os nossos não existem



Não sei qual o espanto das pessoas em ouvir a notícia de que uma mulher tentou entrar em um presídio com oito celulares e acessórios. Para mim, o espanto é ela não ter conseguido. E isso não se trata de uma crítica aos presídios. Isso se trata de uma crítica ao estado da segurança pública deste país. Onde os presos comandam o crime organizado deitados em suas camas desconfortáveis e duras.

Comandam tudo. Telefonam, discutem, organizam. Arrisco, sem medo de errar, dizer que este esquema do crime é mais organizado que muitas associações de classe por aí, que defendem os direitos humanos desses caras e esquecem os nossos. Se bem que nem nós mesmos sabemos ao certo que direitos são esses.

No fundo, a gente tá mais pra nem querer saber mesmo, visto que eles não vão sair da cartilha do governo. Esses governantes, que nos estupram todo o dia, com o nosso consentimento, não usam camisinha nem se preocupam com nossa dor moral.

Dor moral? Nem a isso nós temos direito. O nosso direito é o de ficar calados. Quietinhos e obedientes. Claro, pagando os impostos corretamente. Pois é este o dinheiro que alimenta os bandidos lá dos presídios. E quem vai querer desorganizar um crime tão organizado.
Autor: Juliana Farias


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