O comportamento retrógrado do "novo marajá do petróleo"



Essa semana, chamou a atenção do mundo dos combustíveis fósseis a descoberta de uma grande reserva de petróleo e gás na Bacia de Santos. E daí Lula, todo espertinho, começou a louvar essa descoberta como um grande passo para o Brasil entrar para o grupo dos exportadores de petróleo, e já se acha o novo "xeque do petróleo". É um comportamento retrógrado e insensível em tempos de aquecimento global e procura de fontes limpas de energia.

Lula mais uma vez demonstra um comportamento incompatível com a realidade gritante, além de, de certa forma, irresponsável. Depois de "não saber de nada" ante o prolongado show de horrores de Brasília e louvar o "biodiesel de picanha" (ver em http://www.biodieselbr.com/noticias/biodiesel/biodiesel-picanha-brinca-lula-inauguracao-usina-21-08-07.htm) em tempos de crescimento do abolicionismo animal, lá vem ele reclamar uma posição cuja "glória" já é muito questionada, a de grande país petroleiro. Será que ele não enxerga que o petróleo está cada vez mais sendo considerado "um vício de que o mundo quer se libertar"? Não enxerga que o mundo já está cansado desse líquido que tanto polui e degrada ambientes e vicia economias?

É lamentável que ele adote um comportamento retrógrado desse em tempos de mudança de paradigma. É algo comparável com Dom Pedro II se orgulhar de comandar um país "exportador de escravos" em tempos de abolicionismo, expansão dos ideais iluministas e desmonte das escravocracias.

Tudo bem que o Brasil encontre mais reservas de petróleo e as utilize em suas indústrias de derivados não-combustíveis, mas não dá mais para considerar a descoberta dessas jazidas um "progresso nacional", uma "vitória da economia" ou um "alívio energético". Esse tipo de atitude só faz alimentar o vício de petróleo e poluição que o mundo tem e as conveniências de continuar sendo alimentado por sua energia altamente suja. Vossa Excelência não enxerga que o petróleo não é mais algo do que possa se orgulhar de ser um grande produtor? Não seria melhor se orgulhar de liderar um país que estivesse vencendo a dependência de petróleo e de alta poluição? Não seria melhor concentrar seus esforços em valorizar a produção sustentável de energia limpa (ou menos suja, que seja), em exaltar os estudos que garantam a harmonização dos canaviais que fornecem etanol com as plantações agrícolas alimentícias e as florestas virgens ou reflorestadas? Não seria melhor começar a engrenar o mercado de créditos de carbono? E que tal participar das pesquisas internacionais de energia do hidrogênio, uma promessa de energia renovável e limpíssima que ainda engatinha? O certo seria ter orgulho de um país que esteja se destacando entre os países menos petrolizados, menos dependente desse "sujo sangue escuro" do mundo.

Lula, abra seus olhos. Seja mais responsável e procure a inovação. Não cante mais os hinos dessas glórias ultrapassadas e insustentáveis, da época em que bastava a economia inflar e ter petróleo suficiente para ter "um país (pseudo)próspero", procure compor hinos exaltando os novos valores de desenvolvimento sustentável responsável e antipoluente. Ser "xeque do petróleo" não está com nada mais. Pergunte à natureza, pergunte à Terra, que Vossa Excelència saberá por quê.
Autor: Robson Fernando


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