Novas Tecnologias



Novas tecnologias: novos rumos para a educação.


Mario Angelo Tavares de Souza


Algumas pessoas afirmam que o mundo está passando por uma Terceira Revolução Industrial, impulsionada pelo surgimento de novas Tecnologias de Informação e Comunicação (Tic’s). O conceito ainda é polêmico e divide opiniões. Mesmo assim, há um consenso: as Tic’s têm causado profundas transformações na organização do trabalho em todo o mundo.

Talvez seja um exagero, se dissermos isso, pois ultimamente essas transformações englobam muito mais do que somente a indústria. No caso da primeira e segunda revolução industrial, o termo ainda era utilizado, pois se tratavam de tempos em que a comunidade e o conjunto de mudanças ocorridas, giravam em torno das fábricas.

O impacto das novas tecnologias, no entanto, tem provocado mudanças em várias áreas da sociedade, bem como na Educação, por exemplo, que não tarda a incorporar os últimos recursos tecnológicos direcionados ao setor. A integração de novas mídias como televisão e Internet já não é mais novidade em muitas salas de aula e hoje, dão novos rumos para a criação de novas estratégias de ensino, aprendizagem e autocapacitação.

As aulas expositivas, o papel, as pesquisas de campo, as pesquisas de laboratórios experimentais e pesquisas à Internet são meios para resolver problemas que se completam, que devem ser usados de maneira integrada e inteligente pelas instituições escolares.

Com esse avanço, se exige do educador uma preparação e atualização com intuito de fornecer as ferramentas para motivar o educando e ajudá-lo a produzir seu conhecimento. O contato com essas novidades amplia o horizonte dos educadores e acena com novas possibilidades pedagógicas. A grande revolução que o computador promove é disponibilizar uma infinidade de informações servindo como uma importante ferramenta para a educação.

Com o passar dos anos é bem provável que o ensino não se reduza ao livro didático. Os livros estarão melhores e adequados à informática, até mesmo com sugestões de sites e atividades. Mas junto com as vantagens vêm também os problemas. Há uma polêmica em torno do assunto no meio docente, a ameaça de que os mesmos sejam substituídos por máquinas, preocupa.

Apesar dos tempos modernos, a escola continua sendo uma instituição mais tradicional que inovadora. A cultura escolar tem resistido às mudanças. Muitas escolas têm equipamentos, mas ainda engatinham na maneira de utilizá-los. Para a dominação dessa tecnologia é preciso dispor de algum tempo, o problema é que nesse período de tempo, novas tecnologias serão desenvolvidas, seria necessário acompanhar o ritmo do desenvolvimento.

Os educandos, em sua maioria, já estão prontos para a multimídia, os educadores, em geral, não. Os educadores sentem cada vez mais claro o desajuste no domínio das tecnologias e, em geral, tentam aperfeiçoar-se o máximo que podem, fazendo pequenas mudanças no seu ponto de vista, sem mudar o indispensável para melhorar suas aulas. Muitas instituições também exigem mudanças dos educadores sem dar-lhes as mínimas condições para que elas ocorram.

Freqüentemente algumas instituições escolares adquirem computadores, conecta-os à Internet e esperam que só isso melhore as condições dos problemas das transmissões de conhecimentos. Os dirigentes se enganam ao ver que tanta mobilização de forças intelectuais e dinheiro empatado não se traduzem em ato de mudanças significativas nas salas de aulas e nas atitudes do corpo docente.

O uso da tecnologia nas escolas requerem a formação, o envolvimento e o compromisso de todos os profissionais no processo educacional (educadores, diretores, supervisores, coordenadores pedagógicos), no sentido de repensar o processo de informações para transmitir conhecimentos e aprendizagem para a sociedade.

Estes profissionais têm papéis distintos e, portanto, o uso da tecnologia deve atender às suas especialidades, de tal forma que, sejam articuladas para favorecer o desenvolvimento do educando como cidadão participativo e crítico lidando com as inovações tecnológicas.

A realidade é que a cada dia, mais pessoas estudam em seus lares, pois podem, de lá, acessar o “ciberespaço” da formação e da aprendizagem à distância, buscar “fora” a informação que se pode dispor, nas redes de computadores interligados, serviços que respondem às suas demandas de conhecimento.

Aos poucos, os computadores se incorporam ao dia-a-dia das escolas, fazendo com que os educadores repensem suas práticas. Há uma década, computador em escola brasileira era, quando muito, da classe mais privilegiada da sociedade. Sua utilidade se limitava a processar textos e a Internet era uma grande novidade. Atualmente esses recursos são os mais básicos de uma enorme gama de opções. As escolas públicas que possuem laboratórios de informática são 11% do total, segundo dados do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Mais cedo ou mais tarde, contudo, eles estarão em toda a rede de ensino.

Fazer parte dos novos tempos não depende apenas de máquinas novas e modernas. A interação que elas permitem pede uma revisão dos métodos tradicionais de aprendizagem. Quanto mais se mantiverem os hábitos que relegam o educando a um papel meramente receptor e expectador, menos diferença a tecnologia fará. Em muitas instituições de ensino, os computadores ficam a maior parte do tempo trancado e só são utilizados para as aulas de informática, sem se incorporar ao projeto pedagógico. É comum ainda deixar trancados os livros da biblioteca ou seu uso ao processo estrito à alfabetização.

Em geral, as crianças e jovens sabem aproveitar por conta própria as chances oferecidas pelo mundo digital, ainda que - claro – com propósitos de se divertirem. Segundo o Comitê Gestor da Internet no Brasil, dos 32,1 milhões de usuários da rede no país, a maioria é ainda jovem. Alguns educadores sentem-se constrangidos diante dessa desenvoltura. “O que o educando quer é ser orientado e ouvido, e não provar que entende mais de computador”, diz Léa Fagundes, do Laboratório de Estudos Cognitivos do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRs).

O papel do educador, portanto, é dar um sentido ao uso da tecnologia, produzir conhecimento com base na obscuridade de possibilidades. “O computador trouxe novas situações de aprendizagem que o educador deve gerenciar”, diz Silvia Fichmann, da Escola do Futuro da Universidade de São Paulo (USP). É possível, por exemplo, encorajar o raciocínio evidente com alguns jogos virtuais. Ou criar páginas na Internet para a garotada publicar seus textos.

A criançada se sente encorajada a pesquisar, ler e escrever, porque há facilidade em comunicar-se com o vocabulário “internetês”, como o orkut ou msn, entre outros. Com o bate-papo e uma farta produção de textos publicados em blogs – ferramenta do mundo virtual que permite aos internautas colocar conteúdo na rede e exercer interação com outros usuários, enriquecendo seus relatos com links, fotos, ilustrações e sons. Mas só há ganho no aprendizado se o educador desempenha seu papel de mediador, isto é, acompanhar e sugerir atividades, ajudar a solucionar dúvidas e estimular a busca por novos conhecimentos.



BIBLIOGRAFIA:

COSTA, C. M. Reportagem: Alunos de Joinville usam blog para conversar com estudantes de outras cidades. Interação é a palavra-chave dos projetos nesse estágio,2006.
Autor: Mario Angelo Tavares de Souza


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