TEMOS INFLAÇÃO DE PRIMEIRO MUNDO E PAGAMOS OS MAIORFES JUROS DO MUNDO



Continuo acreditando que a Selic em 11,25% ao ano não está servindo de referencial ou parametro para as taxas de juros praticadas pelo sistema financeiro nacional , público e privado, pelos cartões de crédito, pelo comercio varejistas e por outras linhas de financiamentos. Se houvesse realmente essa tendência, eu interrogo: os juros dos cartões de créditos estariam em 140% ao ano; os juros de créditos diretos ao consumidor, estariam em mais de 100% ao ano; os juros dos cheques especiais estariam em mais de 120% ao ano; os créditos consignados em folhas de pagamentos estariam em mais de 30% ao ano;

Se esse referencial , com porcentual médio de 1200% ( hum mil e duzentos por cento) acima da taxa Selic é aceito como normal pelo Banco Central, para jusitificar a Selic elevadíssima , a sociedade está deixando de usufruir dos benefícios de uma inflação baixa e sòmente o sistema financeiro está, de fato, ganhando com a rolagem da dívida do Tesouro Nacional, de mais de R$ 1,3 trilhões, no Curto Prazo. E o Banco Central sempre alega que está evitando aumento desordenado de Consumo, quando sabemos que o crescimento de nosso PIB não passará de 5% em 2007. Sabemos que temos e sempre teremos aumentos sazonais e de curto prazo, no setor de alimentos , além de ter a rédea no controle das exportações e importações, para o equilibrio entre oferta e procura.

Será que em outros países do próprio BRIC e do primeiro mundo, a inflação não é referencial para as taxas de juros do sistema financeiro, mas com ágio não abusivo ?. Vale a pena as nossas autoridades monetárias saber, para efeito de simples comparação, se o sistema financeiro é realmente livre, em todos os continentes e com liberdade total para cobrar as taxas de juros, de serviços e de outros encargos, sem dar satisfação para os Bancos Centrais ou por eles ser molestados, nas defesa dos interesses da sociedade

Sabemos também que o consumismo alegado pelo Governo , em volume de recursos emprestados sobre o PIB, a partir de agora, será praticamente concentrado e direcionado para o setor Automotivo e para as aquisições Imobiliárias.

A renda per capita do brasileiro ainda é muito pequena, mas os programas sociais do governo, sem nenhuma dúvida, foram e estão sendo suficientes para influenciar a alavancagem no consumo, na produção industrial e na geração de empregos e renda.

Outro indicador que está bem Transparente é a rolagem de dívidas sobre dívidas e de juros sobre juros, porque a maioria dos brasileiros já chegaram no limite do endividamento e continuam fazendo o dinheiro circular, como aconteceu com as letras hipotecárias americanas.

Tenho ainda uma grande dúvida sobre o chamado FUNDO SOBERANO QUE O GOVERNO QUER CRIAR. VEJAMOS :

-O Tesouro Nacional já gasta 1/3 de suas Receitas Administradas, sómente na rubrica de juros e outros encargos.

- Mas o Superavit Primário, como afirma o governo, para honrar esses compromissos, não deve passar de R$ 90/100 bilhões em 2007. Logo, como o governo irá contabilizar juros a pagar de mais de R$ 160 bilhões, os outros R$ 60 bilhões de juros e encargos do exercício, serão transferidos automaticamente para a conta do principal da dívida. Então, já entramos em 2008, com um acréscimo de dívida e de juros sobre ela.
FUNDO SOBERANO
Como podemos falar em Fundo Soberano, capitando recursos com os encargos da Selic e rendendo menos de 6,25% ao ano (referencial da TJLP).
- Hoje, o dr Luciano Coutinho, presidente do BNDES, declarou que precisa, além do seu orçamento normal para 2008, de mais USD 10 bilhões anuais, para atender financiamentos empresariais. Mas praticando taxas de juros anuais de 6,25%, para os seus financiamentos a médio e longo prazos, aonde irá buscar os dólares ou reais OU EUROS com encargos inferiores a 6% AO ANO, para ter um SPREAD SIMBÓLICO ?

Se os recursos do Banco são insuficientes para atender à demanda interna extra, que passa de R$ 30 bilhões, COMO DISSE O PRESIDENTE DO BNDES, porque não adotar uma solução simples, viável, que não sacrificaria ainda mais as Contas Tesouro Nacional , com esses encargos desnecessários e que seria BUSCAR NAS RESERVAS INTERNACIONAIS, QUE RENDEM POUCO MAIS DE 4% AO ANO, UNS USD 15 BILHÕES PARA ATENDER O PAGAMENTO DE TÍTULOS EM MÃOS DO MERCADO FINANCEIRO NACIONAL E VINCENDOS.

O resultado dessa providencia seria imediato, poís os bancos aumentariam substancialmente as suas disponibilidades financeiras e passariam a atender as demandas alegadas pelo BNDES, nos financiamentos de médio e Longo Prazo. E o sistema financeiro passaria realmente a exercer o seu verdadeiro papel de agente propulsor do desenvolvimento. Não pode ficar só na mão do Governo, a solução para as carencias e os problemas da iniciativa privada. Temos uma das menores participações do sistema financeiro no PIB, em todo o mundo. O governo não tem que se preocupar com Fundo Soberano, que só valem lá para as árabias, com as suas reais sobras de caixa , poís ainda temos muito a realizar aquí no Brasil, para manter um crescimento entre 5/7% ao ano. Já estamos dando, como primos pobres, uma grande contribuição aos americanos, em torno de uns R$ 10 bilhões ao ano, aplicando recursos brasileiros nas letras do Tesouro dos Estados Unidos.Vamos olhar mais para dentro de nossa casa
Autor: João da Rocha Ribeiro Dias


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