ÍNDIOS DA TRIBO AVÁ GUARANÍ PARTICIPAM DE PROGRAMA DE INCLUSÃO DIGITAL NO PARANÁ



No curso organizado pelo Colégio Franciscano Nossa Senhora de Fátima, indígenas aprendem informática e tem acesso às facilidades da Internet

Acessar a Internet, enviar um e-mail, fazer o próprio currículo no computador.

Na "era digital" essas tarefas fazem parte do dia-a-dia de muitas pessoas e nem são consideradas mais como novidade.

Mas para um grupo de índios da tribo Avá Guaraní, da cidade de São Miguel do Iguaçu (PR), ingressar nesse universo é uma grande conquista.

Eles participam do curso de informática do Projeto de Inclusão Digital promovido pelo Colégio Franciscano Nossa Senhora de Fátima (Consfat), mantido pela Associação Cultura Franciscana (ACF).

Destinado a alunos de escolas públicas da cidade, o curso tem duração de seis meses e atende duas turmas de 20 alunos a cada semestre. Cada jovem utiliza um microcomputador e as aulas acontecem duas vezes por semana.

Em 2006, os índios da tribo Avá Guaraní também passaram a freqüentar as aulas do curso de informática.

A primeira turma formou 14 alunos da aldeia.

Para a índia Noeli Perez Martinez, que integrou esse primeiro grupo, a iniciativa do Consfat contribuiu para "romper" as barreiras raciais. "Eu queria muito te agradecer por tudo o que você fez por nós. Eu acho que você é da nossa família e é legal como ninguém", escreveu a jovem no e-mail enviado à Irmã Teresa Warzocha, diretora do colégio.

Para a religiosa, o Projeto tem como principal objetivo capacitar os jovens para que tenham melhores condições de ingressar no mercado de trabalho, além de se constituir como um meio de inclusão social.

"A exclusão sócio-econômica desencadeia a exclusão digital, ao mesmo tempo em que a exclusão digital aprofunda a exclusão sócio-econômica.

Assim, procuramos promover a equiparação de oportunidades a todos os cidadãos", afirma. "O Consfat prioriza os adolescentes e jovens, pois constituem a próxima geração que precisa, e deve, ser incentivada a continuar seus estudos e batalhar por um lugar no mercado de trabalho", conclui Irmã Teresa.

As diretrizes da ACF estão apoiadas nos princípios franciscanos de abertura, acolhimento e fraternidade. A entidade reúne as ações e projetos sociais mantidos pelas Irmãs Franciscanas de Ingolstadt.

A Congregação foi fundada em 1276 em Ingolstadt, na Alemanha, quando duas mulheres - Diemuth Thrailacherin e Margareth von Puch - renunciaram às suas riquezas para se dedicar aos necessitados, seguindo o exemplo de São Francisco de Assis.

A Congregação chegou ao Brasil em 1938 e em 1942 foi registrada como Sociedade Cultura Franciscana. Com a mudança do Código Civil, em 2003, passou a se chamar Associação Cultura Franciscana.

As ações sociais das entidades mantidas pela ACF incluem o atendimento a crianças em situação de risco na ''Cidade da Criança'' (Irati-PR) e nos dois Centros Franciscanos de Acolhimento localizados na Capital Paulista.
Autor: Alfredo Passos


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