Dengue, Leishmaniose: VETORES E DOENÇAS NEGLIGENCIADAS



Dengue, Leishmaniose: VETORES E DOENÇAS NEGLIGENCIADAS
*Bia Lopes


Não adianta lançar campanhas de conscientização quando o surto já está ocorrendo, afirma a pesquisadora Renu Dayal-Drager, especialista da Dengue na OMS. Isto serviria apenas para evitar que o “fogo se espalhe mais.” O que se precisa, é evitar que o “fogo comece”; no caso, que a dengue se inicie e se alastre. Segundo ela, um dos problemas enfrentados na América do Sul, é a falta de capacidade para lidar com o problema.
Outro fator a se considerar, e isto assusta, é imaginar os interesses que se escondem atrás do mosquito da dengue. O que envolve muita gente com seus motivos em manter o mosquito por ai. Os recursos financeiros destinados ao combate à dengue elegem de vereadores ao presidente da república. E parte de tais recursos, utilizados para eliminar o inseto, são aplicados de forma indevida, pois quem está por trás de tudo e não quer na verdade acabar com a “galinha dos ovos de ouro”, ou melhor, o mosquito dos ovos de ouro, que rende tanta verba, eles mesmos se encarregam de divulgar que o U.B.V (Ultra Baixo Volume ou “fumacê” como é mais popularmente conhecido) não funciona. Funciona, sim! Basta utiliza-lo corretamente, obedecendo às normas da OMS (Organização Mundial de Saúde), da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) e do Ministério da Saúde, normas estas bastante claras, pelas quais o uso do inseticida correto, as dosagens adequadas, a aplicação em intervalos entre 12 a 15 dias e, importante salientar: o óleo deve ser adicionado junto ao inseticida, pois é o que irá dar aderência ao produto e eliminar as formas adultas, uma vez que o mosquito ao nascer, pousa sobre folhas de árvores e suga sua seiva, de onde retira a glicose (fonte de energia), para, só depois, sugar o sangue e transmitir o vírus.
"É no sangue que a fêmea vai buscar os nutrientes necessários para desenvolver seus ovos", explica o médico sanitarista Nilson Vieira de Melo, secretário-executivo para São Paulo do plano nacional de erradicação do Aedes aegypti. E basta uma picada para que a vítima seja infectada.
Outra informação bastante errada que circula é sobre o índice de infestação do mosquito: “Que 3% não representa risco!” Representa risco, sim! Aliás, 1% é fator importante, pois a rapidez do desenvolvimento do inseto e o número de vezes em que suga o sangue bem como em quantas pessoas diferentes, é um fator de risco. O ideal, é zero por cento.

LEISHEMANIOSE E CALAZAR
Já venho alertando sobre a presença do flebótomo, vetor da Leishemaniose e do Calazar (que atinge os cães), pois se percebe diversos cães, com as características da doença, perambulando pelas ruas de nossa cidade bem como o mosquito vetor, que está proliferando de forma preocupante. Existem vários casos de Leishemaniose humana ocorrendo, com vários óbitos registrados.
As duas formas da doença: A forma Visceral, a mais grave, atinge as vísceras, podendo levar à morte. A Tegumentar, em forma de úlceras cutâneas que podem se disseminar pelas mucosas (nasal, oral e faríngea) exige tratamento demorado. Este vetor não é, apesar de ter asas e voar com toda semelhança a outros mosquitos, considerado por alguns pesquisadores como mosquito verdadeiro, devido a forma como se reproduz eis que, diferentemente do Aedes aegypti (mosquito da dengue) e do Culex (pernilongo), ele não se reproduz na água e, sim, sob as folhas caídas em baixo das árvores.
NADA FUNCIONA
Sem as providências corretas, nada funciona mesmo! Atitudes certas, no momento certo. Aí está a receita para a eliminação dos vetores! O que não adianta, é fazer o errado e vir com a desculpa (já surrada), de que “o vetor criou resistência ao veneno”! Ora, se for usado o inseticida adequado (repito sempre) e da maneira correta, o mosquito será eliminado, simplesmente. Com a aplicação adequada do “fumacê” e o uso do óleo misturado à água, gerando efeito residual maior (durando por dias), elimina os que nascerem no período, mas, é necessário perceber a diferença entre uma barata e um mosquito: o veneno que elimina a barata NÃO É O MESMO que mata o mosquito! Aliás, um inseticida inadequado não vai atingir mosquitos se o princípio ativo servir para insetos rastejantes e não voadores (para falar um português mais claro).
O que não pode acontecer, é nos tornarmos reféns da desculpa “que a população é relaxada e fica criando mosquito em seus quintais”, pois o mosquito tem asas e voa longe, atrás de sangue e, devemos lembrar, ainda, que a verba para eliminar os insetos, não é distribuída à população, mas, sim, aos gestores da Saúde Pública. Daí, a obrigação deles em tomar as providências necessárias!
ALGUNS APRENDEM A LIÇÃO E SE TORNAM EXEMPLO A SER SEGUIDO
‘Depois de passar por uma epidemia em 2006, Uberlândia, no Triângulo Mineiro, conseguiu reduzir satisfatoriamente o índice de infestação do mosquito Aedes aegypti e o número de casos, com medidas tradicionais e alternativas’. O coordenador do programa municipal, José Humberto Arruda, determinou um trabalho de vedação de caixas d’água e o recolhimento de pneus, em parceria com borracharias e imobiliárias (para revisar imóveis fechados). E, outra medida ainda mais importante: Adicionou óleo de cozinha na composição do fumacê, fazendo, assim, perdurar o efeito da pulverização e reduzindo de 6,9% para 0,2% o índice de infestação. Fonte: ABIN e O ESTADO DE SÃO PAULO
RONDONÓPOLIS PODE TAMBÉM SE TORNAR UM BOM EXEMPLO:

E é fácil, basta querer! Tomar a atitude correta vai eliminar este e outros vetores que estão espalhados e proliferando pela cidade. Neste momento, em que estou escrevendo sobre o assunto, recebo a informação de que meu colega Miguel faleceu. Ele estava com Leishemaniose. Um mosquito acabou com seus planos... com seus sonhos...
Só, ainda, não acabou com os meus, que é de ver tais questões sendo levadas a sério, de verdade!
Autor: Beatriz Antonieta Lopes


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