O melhor Natal da década e o otimismo em alta



O mês de dezembro nem terminou, mas tudo indica que o comércio baterá o recorde de vendas para o período, impulsionado pelo melhor Natal dos últimos dez anos.

De acordo com o Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), houve um crescimento de 7,9% no movimento de compras entre os dias 1 e 25 de dezembro, na comparação com igual período do ano anterior.

É um desempenho bem acima dos 6,94% auferidos ao longo de todo o mês de dezembro de 2000. Apesar do feriado prolongado do Réveillon, que subtrai vendas do varejo, as liqüidações já anunciadas devem contribuir para que aquele recorde seja superado neste ano.

O percentual de 7,9% reflete a média das consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), indicativas das compras a prazo, e ao UseCheque, sinalizador das vendas à vista, com crescimento de 7,7% e 8,1%, respectivamente.

Otimismo em alta

O otimismo do paulistano continua em alta e em dezembro atingiu 140,1 pontos, avanço de 2,5% em relação a novembro (136,7 pontos).

Trata-se do melhor patamar apurado pelo Índice de Confiança do Consumidor (ICC), desde abril de 2005, quando ficou em 141, 9 pontos.

O recorde pertence a fevereiro de 2005, quando o ICC registrou 147,3 pontos. Os dados constam de pesquisa da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). Já na comparação com o mesmo período do ano anterior, a elevação foi de 9,7%.

O ICC varia de zero a 200 pontos, indicando pessimismo abaixo de 100 pontos e otimismo acima desse patamar.

De acordo com a entidade, a melhora no humor do paulistano nesta época do ano se dá principalmente por dois fatores: o acréscimo de renda via 13º salário e o clima de festas natalinas e confraternizações.

O ICC é composto por dois indicadores: o Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e o Índice das Expectativas do Consumidor (IEC).

No mês analisado, o ICEA - que mostra a percepção do entrevistado sobre a situação atual - ficou em 145,9 pontos, queda de 3,3% em relação a novembro (150,8 pontos).

Já a percepção em relação ao futuro, contemplada pelo IEC, cresceu 7% em relação a novembro, atingindo 136,2 pontos em contraponto a 127,4 pontos do mês anterior.

Segmentação por faixa de renda

Na análise por faixa de renda, apesar do ICC apurado entre os que ganham menos de 10 salários mínimos ter atingindo 137,4 pontos, ele mostra avanço de 4,5%. Embora entre os que recebam mais de 10 salários mínimos, o índice tenha ficado em 145,3 pontos houve queda de 0,9% em relação a novembro.

O otimismo em relação às condições econômicas atuais é menor para ambas as faixas, mas esse arrefecimento no bom humor do paulistano é maior entre os que ganham mais de 10 salários mínimos.

Da mesma forma, a confiança no futuro, embora presente tanto entre os que ganham mais quanto os de menor renda, prevalece entre os que recebem até 10 mínimos.

Análise por faixa etária e sexo

Na análise segmentada, os homens estão menos otimistas do que as mulheres.

O público masculino teve queda de 2,1% no ICC (141,4 pontos), enquanto o feminino apresentou alta de 7,4% (138,9 pontos).

Vale destacar também que os consumidores com menos de 35 anos seguem confiantes com alta de 3% no ICC para 144 pontos. Já entre os mais velhos o avanço foi de 1,6% (133,7 pontos).

E qual foi a fórmula para o melhor Natal da década? Uma combinação de "mais crédito, redistribuição da renda e aumentos reais dos salários".
Autor: Alfredo Passos


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