TAPA BURACOS



Mais burocrático e letárgico que o Sistema de Ensino Brasileiro, é a ação civil e governamental pautada no pressuposto de não há nada a fazer a não ser: tapar os buracos.
Concomitante a esse fato, o surgimento da geração que, hipoteticamente, seria detentora de toda consciência e sabedoria que não tiveram nossos antepassados esbarra na superioridade dos professores e lições das ruas.
Tendo em vista a dificuldade que as escolas públicas enfrentam, observamos pais e amigos trabalhando gratuitamente com o intuito de resgatar essa geração para as salas de aula.
O projeto governamental “Escola da Família”, que mais deveria ser denomina de “Escola Abandonada”, possui, de certa forma, boas intenções, mas que na prática não funcionam.
Isso ocorre porque na maioria das vezes, os alunos que freqüentam esses projetos, vêem neles uma forma de variar suas atividades, sair da rotina do dia-a-dia, resumindo, são alunos que normalmente freqüentam as aulas, se interessam em aprender.
Já, o projeto “Hora da Leitura”, busca incentivar os alunos á prática da leitura diária, prazerosa e que estimula a imaginação e treina a escrita da criança.
Neste caso o exercício é executado mas se mostra apenas mais um dos vários “tapa-buracos” implementados pela Secretaria da Educação.
Na realidade, o que salta aos olhos é a intensa necessidade de se realizar algo, se pôr em prática algum projeto, pensando na possibilidade de seu sucesso.
Não existe uma receita pré-determinada para se conseguir alunos mais interessados, professores mais empenhados e, consequentemente, crianças mais educadas – no sentido de escolarizadas, com mais conhecimento formal e preparadas para a vida em sociedade.
Se receita não há, o que fazer?
Devemos continuar tentando e esvaziando os cofres públicos com tentativas desastrosas?
É evidente que tentar é absolutamente favorável, mas insistir na mesma tentativa é demonstração de desinteligência.
Ministros, Senadores, Vereadores, Coordenadores, Supervisores, todos em busca de uma solução que acabe com esse infinito vai-e-vem de tentativas, investigando formas de encontrar caminhos viáveis e que tenha resultados práticos.
Os “tapa-buracos” não podem tapar nossa visão para o que ocorre nas salas de aulas das escolas públicas brasileiras.
É importante que a sociedade civil tenha conhecimento da realidade e norteie suas ações à partir desse momento. É importante ainda, que reflitam a respeito da educação infantil (que dá a base moral e educacional para as crianças) e o ensino superior (que prepara os profissionais da educação). Que adentrem as escolas, sim; mas como expectadores, através de seus filhos, sobrinhos e netos.
Percebam suas atividades, seu comportamento, suas atitudes frente às adversidades. A sociedade é um espelho deformado da escola. Sejam observadores dessas crianças. Analisem, questionem, busquem compreender fazendo um paralelo entre suas atitudes dentro e fora da escola.
Não há necessidade de se estar fisicamente nas escolas para se ter conhecimento do que lá se passa.

“Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas” (Rubem Alves).
Autor: Rafael Lucas Santos Valin


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