CARICATURA DO DIP



Em matéria publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, através do colunista Daniel Castro, foi divulgado que o Ministério da Justiça passará a recomendar aos telespectadores os programas de televisão que julgarem ser de boa qualidade.
A televisão brasileira vem sofrendo um vertiginoso declínio em sua qualidade. Programas ditas infantis apresentam mulheres seminuas, violência gratuita, e o que é pior, em plena tarde de Domingo.
Genericamente falando, os temas abordados pela mídia televisiva brasileira, extrapolam a trapaça entre amigos, a discórdia entre familiares e se apoiam em temas onde o sexo, a violência, o dinheiro e a nudez, principalmente feminina, são elevados ao posto de carro chefe da programação.
Essa iniciativa do Ministério da Justiça contará com o apoio do Departamento de classificação indicativa, que se iniciara provavelmente no segundo semestre deste ano. O que falta saber é que critérios serão levados em consideração para que um determinado programa tenha o selo de “especialmente recomendado”.
Tal serviço tem como meta aparente a classificação de programas e filmes em várias categorias, sendo que provavelmente, à partir de julho, devem ser editados manuais que instruirá a faixa de programas impróprios para menores de dez anos.
Prática e teoricamente falando, a idéia em nada me agrada. Não acredito que esses selos sejam oferecidos a programas apenas por sua qualidade e integridade. Atualmente a corrupção intra e extra órgãos públicos são cada vez mais comuns. Se levarmos em consideração que as emissoras de televisão possuem grande quantidade de capital financeiro, podemos imaginar as possíveis conseqüências.
Também não me agrada o fato de que com a criação desses selos, nossa liberdade de pensamento sofrerá grande repressão. Não que essa classificação nos proíba de assistir esse ou aquele programa, mas a liberdade de julgá-lo individualmente está em xeque.
Se nada for feito no sentido da utilização do bom senso ao indicar e não classificar a programação aos telespectadores, corremos o sério risco de retroceder à era Vargas e provar uma versão abrandada do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda).
Autor: Rafael Lucas Santos Valin


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