Brasileiros confiam mais na mídia
Em que instituição você mais confia? A pergunta foi feita a mais de três mil empresários, professores e políticos de 18 países. A maioria deposita a confiança nas empresas.
Mas no Brasil foi diferente. Pela primeira vez, em cinco anos, a mídia passou a liderar a lista das mais confiáveis e ficou com 64% dos votos.
As empresas vieram em segundo lugar (61%), seguidas das organizações não-governamentais (51%) e das instituições religiosas (48%). O governo ficou na lanterna, com 22%, e foi uma das instituições que mais perderam.
De 2004 até agora, a confiança no governo brasileiro despencou de 54% para os atuais 22%. Só não é pior avaliado do que o da Polônia, onde apenas 11% dos entrevistados dizem acreditar na administração do país.
Em outros países como Suécia, Holanda e Bélgica, onde o poder público está mais presente em áreas como saúde e educação, os governos tiveram notas bem maiores. No Brasil, para alguns analistas, a fragilidade do governo pode estar dando à imprensa uma importância cada vez maior.
“Talvez porque a mídia no Brasil acabe, em certas circunstâncias, desempenhando um papel similar aquele de instituições públicas.
O cidadão, por exemplo, quando não vê resposta para os seus problemas nos órgão do governo, não vê resposta para os seus problemas em outras instituições que teriam uma função pública, muitos vezes recorrem à mídia”, acredita o cientista político, Cláudio Couto.
Para o coordenador da pesquisa no país, o brasileiro está se tornando um cidadão mais crítico e exigente.
“Ele está cobrando mais do governo, está cobrando mais de empresas, está cobrando envolvimento social e responsabilidade social. O Brasil está amadurecendo e o brasileiro está amadurecendo”, diz o presidente da Edelman Brasil, Ronald Mincheff.
Fonte: Jornal da Globo, 22 de Janeiro de 2008.
Autor: Alfredo Passos
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